Pirata ... e a Invasão do ano A ( versão 24)

Amigos da pirataria alada meu profundo...

desejo que 2025 seja menos tumultuado que este 2024.

Parte 1 : Preparativos para Invasão

Com as experiências vividas nesta época em 2023, resolvi repetir a dose do Natal passado com meus filhotes prediletos ( Dani e Denis ), com minha nora e genro prediletos (Quel e Daniel) e minha neta predileta , e pré debutante ( Lelê ) no Rio de Janeiro.

Comecei os preparativos , comparecendo ao delicioso Coquetel oferecido pelo Comodoro do Clube Piraquê ( o Monteiro amigo de longa data) à Confraria dos Piratas Alados (mais conhecidos no meio, como Aviadores Navais ). Do alto dos meus setenta Natais a serem completados foi uma reunião de queridos companheiros (de muitas histórias ) que falam o mesmo idioma (a língua dos marinheiros que voam). Este detalhe facilita a convivência social porque a formação e valores são semelhantes, o que economiza explicações e gera pouquíssima discussão (todos se conhecem há muito tempo). Foi um dia de sol a beira da Lagoa Rodrigo de Freitas maravilhosa, visual, gastronômica e socialmente, falando. Valeu “corvo e Kvk” obrigado por tudo e por este dia também.

Nos dias que precederam a ceia de véspera do Natal, ainda tive a oportunidade de compartilhar  algumas “loiras geladas na padoca " do Condomínio Cidade Jardim com meu amigo “alado fabinho” Joel ( que muito me ajudou durante a minha exótica experiência ,“sócio/profissional  provençal francesa “ nos anos 80 ) e seu filhote André.

Numa dessas noites, pré natalinas, por desejo da minha querida neta, debutei na gastronomia japonesa. Sempre resisti  a esta exótica culinária por anos , mas desejo de neta predileta (sempre que possível) , me esforço em realizar . Foi muito bom .

 Recebi instruções sobre a arte de comer com dois pauzinhos e diante da minha falta de hábito de comer bolinhos de arroz e peixes crus temperados , optei por um filé de peixe grelhado com purê de espinafre degustado com garfo e faca mesmo. Tudo estava delicioso e minha neta feliz por “comer japonês” ( como dizem atualmente ). Ao comer espinafre pela primeira vez , me senti o próprio Popeye . Estou pensando até em tatuar um” ferro” (ancora, para os não iniciados nas lides marítimas) no braço.

 

O “Brutus” barbudo que me aguarde agora ! Além disso, no sábado, ainda tive oportunidade de desfrutar um delicioso pastel de camarão com catupiry na barraca de pastel e caldo de cana ao lado das quadras de tênis do Condomínio, onde meu Filhão Denis e seus amigos treinam para desafiar o João Fonseca ( promessa brazuca que vem despontando na atividade tenística internacional ) .

O Natal chegou. A ceia de véspera em família foi muito boa, mas eu estava preocupado com o regresso para a minha praia em Santos. As condições meteorológicas para o dia 26 não me animavam, ao prever uma estrada muito movimentada e com chuva forte. Naquela noite resolvi antecipar meu regresso para o dia 25 mesmo. Para tal, não participaria dos festejos natalinos com grande parte do restante da família, com quem pouco convivo. Decidi acordar cedo e me dirigir a casa da minha prima Alice (mãe dos nossos filhotes ) para cumprimentá-la pessoalmente antes de partir de volta a Santos . Entre um cigarrinho e outro, uma surpresa: Ganhei dela (e da minha neta) como presente de Natal.... um “SUPER LYNX”  , maquete perfeita da aeronave onde cumpri muitas horas voo (por vezes até em dias natalinos, anos atrás ) . Obrigado por isso Tuquinha e Lelê .

Encerradas (para mim) as festividades natalinas saí de Vargem Grande e botei o meu “careca azul calcinha descapotado” para rodar num dia ensolarado na proa sul com destino a Santos. 

Meu celular me avisa no WhatsApp:

- Estou saído agora!

Era a Sereia saindo de Uberlândia onde havia passado as festas natalinas com a sobrinha neta Helena (a “Solzinho”). Pensei:

- Vou chegar antes dela em casa ainda no dia 25. Será uma boa surpresa.

Não foi, porque numa confusão que eu fiz de presentes, uma mensagem de WhatsApp entre as envolvidas (coisa de pirata) denunciou minha confusão e acabou com a minha surpresa.

Na estrada outra surpresa. Parei para abastecer na Dutra e me deparei com uma carreta que transportava um presente de Natal que imaginei, poderia ser endereçado a mim pelo ex-patrão Beto agradecido pelos bons serviços prestados por 10 longos anos. Era um helicóptero H130  da Airbus , embalado para presente com destino (provavelmente )para Santos. Fotografei e fiquei quieto para não estragar o “efeito surpresa” ao receber o presente que o “Chefe Beto” esperaria de mim.

Na parada comi uma coxinha com coca cola e não perdi tempo. Descapotei o careca e botei o pé na estrada, curtindo o vento fresco e o sol, tal qual uma praia ambulante.

Passei pela carreta com meu presente e buzinei fazendo um sinal de “ok” para o caminhoneiro, que respondeu com uma forte buzinada. Continuei acelerando imaginando onde iria guardar o meu presente.

Logo à frente me aproximei de um  Chevrolet Camaro branco com escapamento aberto (moda atual de jovens "influencers ostentadores"), impaciente com um carro abaixo da velocidade máxima permitida no trecho que demorava a ultrapassar um caminhão carregado. Aguardei atrás do Camaro barulhento, pacientemente pensando no meu presente aeronáutico que vinha atrás.

Acredito que o “piloto” do Camaro ao perceber a chegada do “careca azul calcinha descapotado”, se sentiu “ameaçado”. O carro lento a frente finalizou a ultrapassagem do caminhão liberando o Camaro barulhento que acelerou excessivamente humilhando o careca descapotado que ousou se aproximar dele. Um minuto mais tarde o Camaro branco já em alta velocidade há uns 800 metros a minha frente ensaiou uma ultrapassagem pela direita de outro pequeno auto familiar em velocidade reduzida, quando observei uma nuvem de fumaça e uma guinada intensa do Camaro na direção do pequeno auto familiar que freou.

Vi o Camaro levantar as rodas do lado esquerdo em meio a fumaça, que foi rapidamente corrigido pelo “piloto” no comando do Camaro, evitando uma capotagem espetacular a minha frente, agora há uns 500 metros. Reduzi minha velocidade esperando o desfecho da cena. Nada aconteceu de danos aparentes, além do susto dos dois condutores. Continuei na minha velocidade autorizada da pista, ultrapassei o veículo mais lento quando observei que era um jovem casal com criança no banco de trás com expressões de terror. Uns quilômetros adiante observei um Camaro branco, parado e silencioso, no acostamento com um jovem condutor observando o pneu dianteiro esquerdo... destruído! (coisas da vida de ostentador despreparado).

Segui minha viagem tranquilo, com pouquíssimos caminhões e com sol agradável até a descida da melhor estrada do país , a Imigrantes. Os primeiros pingos da anunciada chuva apareceram no para-brisas. Na redução de velocidade do pedágio final, levantei a capota automaticamente sem me deter . Entrei no túnel da descida e deixei o veículo descer engrenado por força da gravidade (uma bela economia de combustível do possante motor da pequenina máquina conhecida como MINI COOPER). Cheguei em casa muito antes da Sereia, com tempo de preparar um pequeno lanche natalino para a surpresa de recepção (que não ocorreu por culpa do WhatsApp).

- Onde estaria o meu presente aeronáutico neste momento ? ...pensei.

Os festejos natalinos estavam encerrados. Tudo foi maravilhoso.

A invasão do ano A 2024\25 já se prenunciava com o movimento de autos durante a descida da Imigrantes.

No dia 26 , o temporal desabou em São Paulo e na baixada santista frustrando os “invasores

iniciais”. Aproveitei para me informar sobre as notícias deste fim de 2024 pelo mundo.

Liguei a TV e nos vários noticiários me atualizando  sobre... as “tragédias”; a do avião que “malconduzido” pelo piloto/proprietário , destruiu a família em Gramado causando muitos danos naquela sofrida cidade por ocorrências climáticas anteriores. A do acidente rodoviário, no sertão mineiro, entre ônibus , carro e uma carreta conduzida por cidadão de má reputação como condutor (conhecido das autoridades) que trafegava pelas estradas impunemente causando a morte de várias pessoas transportando carga impropriamente . A da “ponte que partiu” , caindo por falta de manutenção oficial, após mais de 50 anos, ceifando vidas de contribuintes, no lindo Rio Tapajós (eu já havia passado duas vezes, indo e voltando por esta ponte em 1979 pilotando um FIAT 147 entre Rio de Janeiro e Belém , nos meus tempos de “pirataria amazônica” ).  A tragédia de Policiais Rodoviários Federais administrativos cobrindo folga daqueles efetivos, que atiraram por engano, numa jovem inocente, em estrada do Rio de Janeiro. As notícias ainda deram conta sobre a tragédia internacional envolvendo uma aeronave de fabricação brasileira, provavelmente abatida por engano, por danos causados a estrutura pelo sistema de defesa aérea da Rússia , envolvida em guerra com a Ucrânia .

 

Cansado de ouvir e ver tragédias, busquei notícias mais amenas e descobri uma coisa interessante: - que havia um dinossauro (extinto há anos) ainda em atividade na terra. Fui consultar a internet e descobri entre outras , essa afirmação:

“....A percepção de que dinossauros são intimamente relacionados com as aves levantou a possibilidade óbvia da existência de dinossauros emplumados. Fósseis de Archaeopteryx possuem penas bem preservadas, mas até o início da década de 1990 que claramente fósseis não-aviários de dinossauros, foram descobertos com penas preservadas. Hoje há mais de vinte gêneros de dinossauros com penas fósseis, quase todos são terópodes. A maioria é da Formação Yixian da China. As penas fósseis de um espécime, Shuvuuia deserti, apresentou teste positivo em testes imunológicos para a beta-queratina, a principal proteína nas penas das aves. Em 2015, um dinossauro com penas, ossos e tecidos moles de 99 milhões de anos de idade foi descoberto em Mianmar.”

De posse dessa informação fiquei imaginando se um sobrevivente desse período jurássico do tipo “Dinossauro Emplumado “ , não teria se estabelecido no planalto central brasileiro evoluindo ao longo dos anos a ponto de se julgar supremamente, como único dono da verdade inquestionável sobre as atitudes humanas. A ciência explica coisas que eu considero inexplicáveis , como um humilde ser humano normal. Mas deixa pra lá ... alguém já disse : - existe entre o céu e a terra , coisas que a vã filosofia não explica. O cara que disse isso deve estar certo.

Mudando de assunto , hoje 27 de dezembro o sol raiou cedo e resolvi iniciar a minha caminhada praiana para observar a atitude dos primeiros invasores deste ano. Na paz prepare-se para a guerra ( palavras do mestre Sun Tzu ).

Parte 2 – A invasão começou

Saí as 9:00 horas depois de um delicioso copão de leite integral gelado. Na calçada aguardei diante a uma faixa de pedestre pintada durante a última disputa eleitoral para Prefeito. Aguardava pacientemente , que alguma “boa alma” conduzindo um dos veículos , do rápido trânsito da Avenida de mão única, em frente ao meu prédio, num momento de consciência social, cumprisse a lei parando seu veículo dando passagem ao idoso que aguardava na calçada , sinalizando com a mão a  sua firme intenção de atravessar a Avenida que naquela posição não mereceu a instalação de um semáforo.

- Tio... como você está queimado ! que cor linda !

Ouvi  a voz feminina de uma jovem senhorita que aguardava ao meu lado na calçada , portando um boné e óculos escuros.

- Obrigado senhorita . O sol nasce pra todos ... uns aproveitam . Respondi educadamente depois de olhar e não a reconhecer como minha sobrinha.

O trânsito diminuiu e atravessamos a Avenida sem que nenhum veículo precisasse parar antes da faixa de pedestres . Do outro lado , minha “pretensa sobrinha “seguiu em direção oposta. Eu para a praia e ela para um centro de compras próximo.

Cheguei à praia , me desviando de algumas bicicletas( elétricas , ou não) trafegando pela calçada (apesar da ciclovia disponível no trajeto). Na praia observei o mar em processo de maré enchendo, o que diminui a faixa de areia dura para caminhantes e frequentadores estáticos em suas cadeiras e barracas de praia. As barracas , mesas e cadeiras comerciais ocupavam praticamente toda a faixa de areia seca. Mantendo meu olhar critico de observação iniciei minha lenta caminhada pé molhado na estreita faixa disponível. Muitas crianças desfrutavam o vai e vem do mar em pequenas ondas rolando pelo suave declive de areia dura , sob olhares de pais e mães desfrutando a sombra das muitas barracas próximas , enquanto momentaneamente tiravam a atenção de seus celulares.

Próximo ao Canal 4 , observei uma SUV da Guarda Civil Municipal acessando a praia em baixa velocidade executando um policiamento ostensivo motorizado .... Mas com uma SUV ? Me perguntei mentalmente. Pensei em parar a viatura e perguntar ...- caso algum “rato de praia” roubar algo de algum dos frequentadores , o que os policiais da guarda civil municipal armados fariam ?  Atirariam no ladrão? ou empreenderiam uma perseguição motorizada em velocidade passando por cima de barracas e crianças na areia ? Preferi ficar calado e em dúvida sobre o assunto.

Continuei minha caminhada de observação. Uma coisa me chamou a atenção ; o desfile  da última coleção verão dos “ fios dentais”. Fiquei preocupado e achei que o Ministério da Saúde deveria providenciar (ou obrigar como nos maços de cigarro) a exposição de dizeres “ Este produto faz mal a saúde “ . Afinal aqueles “fios dentais “ roçando em partes sensíveis do corpo humano com aquele calor só podem causar infecções de tratamento, no mínimo ... incômodo ! 

Deixa pra lá , Eu não uso fio dental ...escovo os dentes com escova mesmo,

Continuei minha caminha e cheguei ao Canal 6 , meu ponto de retorno . Olhei a praia toda dessa posição buscando as “contorcionistas de self” comuns no verão passado . Não vi nenhuma , a estreita faixa junto ao mar estava apinhada de caminhantes. Andei um pouco e observei uma criança de uns 2 anos que feliz se divertia na areia com o vai e vem das pequenas ondas do mar em maré enchente. Ao seu lado a jovem mãe sentada na areia consultando o celular . Uma pequena onda veio molhando a arenosa construção da criança que se irritou e se levantou e correu atrás da água destruidora que retornava a sua origem . A mãe se assustou ao ver a filha correndo para o mar , largou o celular na areia e correu como uma heroína pegando  a criança que já estava com água nos joelhos e voltou feliz da vida com a criança no colo até perceber que a onda seguinte da maré enchente afogou seu celular em água salgada. A mãe largou a criança na areia...se agarrou ao celular  que passou a ser clicado com ferocidade . Mesmo a distância percebi lágrimas correndo na face da mãe , enquanto a criança sorria feliz da vida iniciando um novo “montinho” arenoso. O pai ...não sei onde estava ... mas imagino que não tenha gostado da trágica ocorrência... com o celular da mãe.

Completei a caminhada e voltei pra casa , com uma boa ideia do que nos espera após invasão completa. A lotação da nossa garagem sem vagas exclusivas, mas em menos quantidade que o número de apartamentos , estava lotada. Coisa de prédios antigos . Menos mal , pois havia regressado antes da “invasão”. O careca ( agora capotado )estava descansando na sombra sob a capa protetora “anti mal olhado”. Que descanse em paz durante o verão , porque se sair ...perde o lugar.

Subi para o apartamento com o firme propósito de executar uma profilática operação “cata cabelo” usando o aspirador de pó !...quando liguei na tomado  BBUUUMMM com fumaça . Um curto-circuito queimou o motor elétrico do aspirador de pó ( e cabelos perdidos). Rapidamente recorri a uma das maravilhas moderas ; o “e-commerce” ! Rapidamente encontrei a promoção de uma loja famosa de uma tal de Luiza. Com pagamento  PIX e preço convidativo era só clicar , pagar e retirar em 2 horas na loja física próximo de casa . Clique , paguei e recebi a confirmação. Nesse momento o WhatsApp da loja famosa me informa automaticamente que o meu produto não havia em estoque e que eu poderia retirá-lo 2 horas depois . Aguardei as 2 horas adicionais e fui informado que não haveria mais em estoque e que eu poderia “baixar “ um crédito no valor pago . Fiquei feliz da vida por ter “comprado um crédito “ no e-commerce da Loja famosa da tal Luiza.

 Fui a loja física com o espirito do Capitão Blood  incorporado , e depois de algumas  conversas “ amenas “ o Capitão Blood saiu  com um aspirador fora de promoção de qualidade superior por mais 48 moedas cash , além do “e-crédito”, comprado anteriormente na loja da Dona Luiza ( a picareta do mercado) .

Aí me pergunto ; - o que faria o Supremo Dinossauro Emplumado dono da verdade , com a Dona Luiza , senhora respeitável do e-commerce durante a invasão do ano A versão 24/25 , se tivesse sido ele o ludibriado ? Talvez a PF ou PRF resolva isso por uma questão de Justiça com o contribuinte ...Pirata Alado.

Meu presente aéreo real do Chefe Beto , o H130 da Airbus ,ainda não chegou . Melhor assim , porque não tenho onde guardá-lo . Já o meu presente aéreo maquete da Tuquinha e da Lelê , o SUPER LYNX , já esta em posição honrosa da minha prateleira . 

Carinhosos Beijos e Abraços do Pirata Alado ...a todos e todas .

(invasores na área de espera se preparando para a Invasão)