Amigos da Pirataria Alada..." paz na terra aos homens de boa vontade " ( alguém já desejou isso algum dia )... que assim seja ( pelo menos aos de boa vontade ... )
Dito isso, considerando os tempos que vivemos , o Veterano resolveu deitar letras sobre um " conto" que tem assaltado ( no bom sentido) as minhas noites mal dormidas.
Assim , próximo ao final deste novembro e ao som de "Red Hot Chili Peppers"...nasceu o conto dos "Companheiros de Alvorada ".
COMPANHEIROS de ALVORADA
PREFÁCIL
O INCIDENTE AÉREO
Era uma vez num verão quente há uns 50 anos , numa Praia Grande do litoral
sudeste de um grande país da América ( a do Sul que fique bem claro ).
A praia , apesar de “bem grande” estava lotada de banhistas se refrescando nas
águas amenas e tranquilas . Havia banhistas de diversas origens . De norte a sul
do grande país sulamericano . Muitos convergiam no verão pelos mais diversos
motivos . Uns estavam gozando de merecidas férias , outros mesmo trabalhando
desfrutavam das maravilhas litorâneas , inclusive das belas donzelas que por ali
arejavam seus jovens corpos torneados e bronzeados a beira mar . Alguns
aproveitavam a suave brisa marinha que soprava para praticar esportes radicais
aéreos suspensos por paraquedas sem motorização conhecidos como
“parapente”. Era o caso do Jair , jovem Campineiro de nascença que encantado
pelos alunos de uma Escola de “defensores da Pátria “, iniciou sua formação de
“Lider Militar” se especializando em se lançar do céu de uma rampa ou de uma
aeronave , ficando pendurando no ar apenas preso ao paraquedas por cordas
(como o próprio nome diz ... o tal artefato só serve para “aparar a queda “ ). O
controle do artefato exige um certo treinamento , de “ puxa e solta , cordas “ até
se adquirir o controle que o faça “aparar a queda “ numa superfície , terrestre ou
aquática , dependendo do objetivo almejado.
Outro frequentador da Praia Grande , era um rapaz, chamado Luiz , de família de
migrantes nordestinos , que por falta de recursos financeiros para manterem a
imensa família no agreste do sertão resolveram embarcar num “ Pau de Arara “,
desembarcando na rica Capital produtiva do sudeste. Lá não faltaria trabalho nem
muitos trabalhadores sendo empregados formalmente com direitos trabalhistas
garantidos por contrato , de acordo com remuneração e deveres aceitos em
comum acordo. O Luiz logo cedo conseguiu arrumar emprego de metalúrgico , ou
seja , cortador e soldador de metal para fabricação , basicamente de automóveis .
O Luiz trabalhava numa cidade satélite onde, há séculos, os Jesuítas haviam
fundado aquela cidade que viria a ser o “motor “ daquele enorme país.
O esporte predileto dele era pescar e por esta razão estava tentando pescar boiando numa boia vermelha de criança ( o Luiz não sabia nadar porque no agreste em que vivianão havia água ). Dizem que a boia vermelha , ele “pegou emprestada “ de uma criança desatenta a beira mar (há dúvidas sobre isso ). Assim sendo o Luiz boiava
tranquilo e seguro degustando um “méezinho alcoólico do demônio” numa
mamadeira plástica (que estaria próxima a boia) que depois de utilizada seria
descartada na água ( ele adorava mamar ... se não leite , por que não um
“méezinho” só pra esquentar ?)
Foi quando tudo aconteceu .
O Jair meio desgovernado , procurando um lugar seguro para atingir a superfície
“aparando a queda”, longe da areia lotada na Praia Grande , mirou na boia
vermelha ... e TChhuUUMM ! pousou na água próximo ao Luiz . O parapente
desinflou sem o ar causado pela descendente e cobriu os dois que ficaram “ Tete a
Tete” quase tocando ambas as bocas , tal qual um beijo romântico. Isso só não
ocorreu porque a extensa barba do Luiz incomodou a face do Jair que se afastou .
Os olhares se cruzaram sob a cobertura do parapente .
Na praia todos observavam o desfecho daquele acidente aéreo praiano. Curiosos
os banhistas em função da demora de algum movimento tentavam chamar o
SAMU . Demorou muito porque naquela época não havia “celular” para agilizar o
processo . Os banhistas só não sabiam o diálogo que rolava entre o Jair e o Luiz
sob o manto do parapente .
- Pô ... Companheiro ! ... que Porra é essa ? Questionou o Luiz usando os termos
comuns entre os trabalhadores metalúrgicos .
- Foi mal ... Mêu ! Desculpa aí !! Foi um incidente aeronáutico . Respondeu
educadamente o jovem milico Jair.
- Incidente o Cacete !!!... você além de me assustá ... derrubou o meu “méezinho
“....e a minha mamadeira cheinha ...eu vô querê reparação dos danos . Tenho
Doutô do Sindicato que vai te processá !
- Peraí... Você sabe com quem está falando ??? !!! Perguntou o Jair.
A situação estava começando a se tornar ... “ríspida” , quando o Luiz (que tinha
“língua presa”) meio preocupado naquela época , tentou apaziguar .
- Peraí você ... Vamô negociá ! Quem você é?
- Sou Oficial Militar de Caxias. Disse o Jair. O seu Doutor do Sindicato só vai me
processar depois que houver uma Investigação Aeronáutica da Força que Voa
decidindo que fui eu, a causa principal do acidente e não, a falha do material
aeronáutico . Nesse caso seu Doutor vai processar o fabricante da Aeronave
parapente com sede nos Norte Americanos Estados Unidos . Será que o seu
Doutor vai querer encarar ?? Disse o Jair de nariz em pé.
- Tá bom ...vamô deixá prra lá . Oví uma sirene lá fola . serrá que é da tua turrma?
Se fô , põe a cabeça prra forra da tenda e diz que tá tudo bem.
O Jair de pé ainda dentro d’água rasa, puxou o parapente fazendo o sinal de Ok
para todos os banhistas e do SAMU ,que aplaudiram os dois “acidentados
abraçados “.
- Qual o seu nome ? Perguntou educadamente o Jair .
- Inácio... Luiz Inácio ...Disse o metalúrgico estendendo a mão esquerda com 4
dedos , em sinal de Paz.
O Jair estendeu a mão direita espalmada com 5 dedos... bateram as mãos
espalmadas
- Messias ... Jair Messias . Disse o Jair milico se apresentando, e completou .
- Ta pescando o que , aqui numa água que dá pé , numa boi vermelha... e sem vara
de pescar ?
- Num sei nadá ...peguei a boia de um amiguinho . Tô pescando... Pôvo...aquele
peixe cheio de pernas mole cumpridas ! ...Ia dizendo o Luiz quando foi
interrompido .
-.... Peraí ...”não é pôvo...é polvo” ...e o nome é lula que é menor e a gente come os "tentáculos” picadinho ... não as “pernas moles”. O prato se chama “Lula à Dorê". Além disso, a lula não é peixe ... é “molusco “ ! ... e não é “pescado ... é caçado com rede . Cadê a tua rede pra caçar a lula ? Afirmou e perguntou o Jair.
- Qui rrrêde nada ... eu dô é porrrada na cabeçona do Pôvo ou da Lula sendo lá “
malusca “ ou pêxe ... não me interessa ... eu como as perrnas moles ... picada e
dourrada ... ou não “! Disse o Luiz encerrado a conversa sendo puxado pelo Jair
para areia da Praia Grande.
Quando se sentiu seguro , já com a boia vermelha na areia , sob aplausos dos
banhistas ... o Luiz agradeceu fazendo um “L” (de Luiz) e um “J” (de Jair) com os
dedos indicadores e polegares das duas mãos (a da esquerda fazendo o “L” e a da
direita fazendo o “J “.... dizendo : - Vâmo tomá um mé na conta dos metalúrgicos
na barrraca ...vem comigo.
O povo banhista seguiu os dois que se sentaram na barraquinha praiana .
- Me dá uma 51 ...disse o Luiz pro barman,
- Eu quero uma número 1 do Romário ! Disse o Jair levantando a mão direita com o
dedo indicador em riste , apontando para o céu.
Queridos leitores...este conto é tipo seriado. Assim sendo, se estão curiosos , ou se gostaram , solicito que se manifestem favorável ( ou não).
A sequência já está em edição.
Respeitoso beijo no coração de todos ( e todas ).
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Pirata Alado