Austrália (Epilogo)
Finalmente chegamos a conclusão desta série Austrália
Para iniciar esta parte 4 da Temporada Austrália , se faz necessário esclarecer aos leitores alguns detalhes pertinentes aos fatos que, compõe esta “estória piratesca”. Se preferir, pule esses detalhes pertinentes (em letras amarelas) e leia a estória. Se tiver alguma dúvida , consulte este “detalhes pertinentes” :
1-A tripulação de grandes Iates privados são classificados como “Crew of Super Yacht “ . Normalmente , esses tripulantes são funcionários de Grandes Agencias especializadas na prestação de serviços aos clientes , proprietários destes Super Yacht, mediante um contrato assinado de comum acordo. Este contrato prevê um “orçamento” adiantado, calculado sobre as intenções de utilização do iate pelo seu proprietário. A indicação do Comandante do iate é feita pela Agência ao Proprietário , por meio da apresentação de uma opção de disponibilidade de seus funcionários , qualificados para tal , de acordo com as características , tipo : nacionalidade, experiência e formação (entre outras).O proprietário escolhe um destes para ser o Comandante. Este Comandante tem o direito de formar sua tripulação , composta de funcionários da Agência, que sejam de sua confiança de acordo com suas qualificações e dentro da capacidade de “lotação” a bordo (tripulação mínima e passageiros) aprovados por órgãos de fiscalização internacional , visando a Segurança e quantidade de material de salvatagem. Se um Proprietário quiser um tripulante especifico de sua confiança , além da tripulação mínima aprovada e indicada pelo Comandante (funcionário da Agencia) tipo : “ um cozinheiro específico .. ou ...o piloto do helicóptero, este tripulante contará como passageiro, para efeito de lotação, além de não ser de responsabilidade da Agencia , nem financeira , nem trabalhista , ou seja , fora do orçamento. Neste caso a responsabilidade é toda do proprietário do Iate(este era o caso deste Pirata Alado que vos fala)
2- Eu era na época, o “caverna mestra” a bordo. Este é o “jargão” marinheiro para classificar o tripulante há mais tempo a bordo da mesma embarcação, mesmo não pertencendo a Agência. O outo tripulante nesta situação era o Humberto (mecânico do helicóptero de minha confiança ,brasileiro). Em função disso dividíamos o mesmo camarote a bordo ( localizado em local nobre da iate , no convés da ponte de comando , adjacente ao camarote do Comandante do Iate (funcionário da Agência). Isso causava alguns problemas de relacionamento profissional. O Wayne Canguru já era o 4º Comandante do Motor Yacht Karima ,com quem convivi, a partir de 2008 , depois do inicio das operações da “Nau Karima” em 2005, na Europa.
3- O Wayne Canguru , substituiu o Comandante anterior , Captain Roy o Picareta sul africano, em 2008 na Nova Zelândia , em função dos fatos ocorridos naquela época (como já contados por meio do post abaixo )
Os fatos ocorridos daquela feita na Nova Zelândia , levaram o proprietário Chefe Beto a decidir um corte de custos , que envolveram, encerrar as atividades no Brasil com a Nau Arpoadora e o helicóptero Colibri PP-MOE, e diminuição do número de pilotos que operavam na atividade “aero marítima”, que me envolvia
Na Operação fora do Brasil , o Wayne assumiu a Nau Karima substituindo a maioria da tripulação anterior , por vários “cangurus” da sua confiança , em 2008 (inclusive com os 2 cangurus gêmeos Imediatos , que se revezavam de acordo com seus interesses ).
2008 foi um ano de grandes mudanças na Nau Karima em relação a tripulação ( eu perdi também meu amigo de anos, o Pirata Alado Jeff o Campanha ,com quem compartilhava as missões na Nau Arpoadora ( no Brasil ), na Nau Trindade (no Panamá ) e na Nau Karima (pelo mundo ). Quando percebi que não conseguiria operar em 3 iates com 2 helicópteros sozinho. Solicitei ao Chefe Beto sua contratação em 2006, e obtive a concordância.
Na “parte 3” eu havia retornado a Cairns. O SeaBaboon ficara estacionado no Aeroporto de Cairns e Humberto e eu , fomos para a Nau Karima atracada na Marina. Quando chegamos a bordo havia apenas um dos tripulantes, o indiano Ali marinheiro de convés (os australianos deviam estar em casa ). Fomos verificar as condições do nosso hangar , que estava repleto de “tralhas” de todos os tipos.
Era uma terça feira e resolvi dar uma caminhada pelas cercanias de Cairs fazendo reconhecimento do terreno. Contatei o Haydn que não estava na cidade com regresso previsto para quinta feira. Combinamos nos encontrar.
A cidade de Cairns é muito animada . Além da praia natural (com tubarões) oferece uma confortável praia artificial (sem tubarões, melhor assim).
No dia seguinte o Wayne Canguru voltou para bordo , saltitante.
“Good Mornig ... Pirate !”. Disse o Wayne ao me ver tomando café e fumando um cigarrinho na popa aberta.
“Good Mornig ... Canguru”. Respondi convidando- o à porta do hangar do SeaBaboon.
Apontei a bagunça dentro hangar e questionei a razão. Ele respondeu (sem muita preocupação) que havia muitas fainas de preparo para a chegada do “owner” Beto e precisava de espaço no barco.
Perguntei as intenções de recebimento do SeaBaboon .
Antes de responder ,ele me mostrou a reportagem de um Jornal local falando sobre o Motor Yacht Karima e seu Captain Wayne (australiano) , em primeiro plano com o Seababoon sobre o Karima ao fundo , na foto .
-“a few days”.
Foi a resposta do Wayne a minha pergunta me convidando para tomarmos um café na cabine dele (ao lado da minha ) no passadiço ( ponte de comando). Subimos as escadas , quando ele me entregou um papel que li “scale of stay on board”. No papel assinado por ele constava uma escala de plantão de tripulantes que deveriam ficar a bordo durante a noite. Nela , ele o Capitão Wayne Canguru me escalava em alguns dias. Corri a lista e não vi o nome dele , nem dos dois imediatos (gêmeos que se revezavam). Quando chegamos a porta do camarote dele , entramos e eu fechei a porta atras de mim e perguntei
“ Why that ?”.
Ele argumentou que estavam na terra deles e todos gostariam de curtir famílias , namoradas e PUBs...então todos ”tripulantes” iriam revezar ...
Eu o interrompi e secamente com meu inglês “marrônico “ disse :
I'm Brazilian, I'm not in my homeland, I don't have family here or a girlfriend, I don't go to pubs and I'm not a crew member on "your" boat and I won't be part of your
“scale of stay on board”.
I am the helicopter commander of the owner Beto of "his" boat and I only take orders from him.
What you do I can do, if necessary.... But what I do... you don't do... not even when necessary... and there was already the case.
Furthermore, we are partners... not subordinates, to each other.
Have a nice day Wayne".
Saí do barco e fui fazer uma “caminhada meditativa “ pela orla de Cairns. A cidade é muito simpática e cheia de atrações culturais nos belos parques. Me senti como se estivesse passeando na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas e seus entornos, no Rio de Janeiro. Vi helicópteros decolando para passeios turísticos e pessoas alegres curtindo a paisagem com segurança entre uma grande variedade de tipos humanos asiáticos, aborígenes ,afros ,latinos e anglo-saxões ou americanos. Todos alegres e em paz. Me senti melhor e liguei para o Chefe Beto (em algum lugar do mundo).
-“ Chefe ... bom dia estou a bordo ...aeronave em perfeitas condições...Karima sendo preparado... sobre Great Barrier , sugiro WhitSunday como ponto de apoio para sua temporada”. Fui rápido e objetivo como ele gosta.
_” Legal , passarei a programação para o Wayne. Bom dia , Obrigado, Abraço”. Respondeu o Chefe.
Meu “relatório” havia sido recebido ... e aprovado. Fiquei satisfeito.
Voltei para o barco e fui chamado pelo Wayne.
“´Hi Pirate... I received orders from the owner. He will embark on October 8th in Whitsunday. We will finish the preparations and move to there, where we will wait. You'll like it...it's a wonderful place.”. Disse Wayne com ar de satisfação no rosto.
“Ok”. Respondi.
“Tomorrow we will take the boat out to get the engines and receive kerosene for the helicopter. Then we will finish the crane repairs. When ready we will depart for the Whitsundays “. Completou com a sua intenção.
-“Ok Wayne... e quando eu trago o SeaBaboon para bordo?”. Perguntei.
-“... hummmm... quando partirmos para Whitsunday ”. Respondeu o Wayne com cara de quem tinha esquecido do SeaBaboon , que estava no aeroporto (pagando estacionamento”.
- “ Ok “. Respondi. Não havia o que fazer. Era relaxar ... e aproveitar ... a Austrália.
O Haydn havia chegado à cidade e me convidou para jantar na sua casa . La fomos (Humberto e eu) para o delicioso jantar na casa do Haydn e sua linda e simpática ,noiva Kim. Bebemos muito , comemos bem e contamos muitas estórias mentirosas (mas divertidas) . O casal se comprometeu a me visitar no fim de novembro, no Brasil, quando fossem para o Rali Dakar , que partiria de Buenos Aires. Foi uma noite inesquecível e agradável na Austrália.
No dia seguinte continuei a conhecer Cairs passeando por todos os lugares. Fui a praias, artificiais e naturais . Nas noites visitei alguns bares , normalmente acompanhado pelo casal Haydn , e as vezes por alguns tripulantes cangurus (ou não) do Karima.
Fizemos uma saída com o Karima , para teste e recebimento nos seus tanques , de QAV (Querosene de Aviação, proibido de ser recebido na Marina , por segurança). Voltamos para o cais e os reparos continuaram com o hangar cheio de tralha.
No dia 25 de setembro. Liguei pra minha filhota Dani (ela completou 27 anos naquele dia). Como eu estava longe ... muito longe (de novo)...enviei um presentinho bancário...junto ao beijo saudoso.
Trocaram o guincho do Convés de voo utilizado normalmente para içar a lancha rápida do barco que compartilha o espaço com a operação do SeaBaboon. Resolvi visitar e inspecionar o SeaBaboon , estacionado no aeroporto.
Quando abri a tampa de acesso do lado esquerdo do motor......UUAAAll!!! que SUSTO!!!... meu motor havia virado um ninho de pássaro (ou sei lá que bicho seria porque ele não estava em casa). Resolvi junto com o Humberto proceder uma rigorosa limpeza a seco e depois uma virada no solo com voo estacionário de 15 minutos por garantia. Não havia danos ao helicóptero. Fiquei com pena do “australiano” que resolveu construir seu empreendimento imobiliário em material privado brasileiro no compartimento do motor do Seebaboon (oficialmente registrado como material de responsabilidade das Bermudas, no Caribe). Esta invasão de propriedade internacional , seria um assunto jurídico para ser resolvido pelo tribunal da “Commonwealth”, já que Austrália e Bermudas pertencem a essa “Comunidade Britânica de Nações”.
Mais alguns dias em Cairs desfrutando de tudo, que a agradável cidade nos oferecia.
Com novo guincho instalado e com hangar ainda ocupado de tralhas ( e inspecionado pelo Humberto ) , o Wayne resolveu deixar sua cidade natal , para cumprir as ordens do “owner” do Karima , com o SeaBaboon pousado no convoo.
Depois de cerca de 3 dias de navegação atracamos na maravilhosa Coral Sea Marine, de Airlie Beach nas Whitsundays Islands. Lá eu já era quase um “local”. Os “seres alados” (cacatuas e periquitos australianos), pelo menos, já me conheciam. Me senti à vontade.
Desfrutamos de Airlei até a chegada do Chefe Beto e sua família a bordo do seu pássaro branco Falcon , pousando no Whitsunday Airport, meu velho conhecido. Fomos , Wayne e eu, recepcioná-los fazendo as primeiras honras da casa.
Depois de 2 semanas a bordo, a família do Chefe adorou tudo. O Chefe , se frustrou um pouco ,pela proibição de praticar caça submarina em várias regiões da Great Barrier.... mas os mergulhos snorkel de toda família compensaram a frustração dele. Os voos de observação daquela .maravilha da natureza , vista de cima proporcionaram várias fotos, pra contar estórias pra todos. Eu havia cumprido a minha missão , quando o Chefe Beto me convidou , no dia 15 de outubro de 2010 , para jantar com ele na “Praça D’Armas”( sala de jantar de oficiais em navios de guerra da Marinha), dizendo :
-“Pirata.... Amanhã vamos embora. Pode voltar para o Brasil. O pessoal adorou o passeio. Bravo Zulu".
- “Obrigado Chefe. Nos vemos no jantar “. Respondi.
Procurei o Wayne no passadiço onde manobrava para atracar o Karima na Marina.
Quando terminou a manobra eu disse :
-“ Nice maneuver Wayne. Tomorrow the owner will leave and has authorized me to return to Brazil. I need you to clear the hangar to store the SeaBaboon as soon as the owner disembarks... and then I disembark. OK? ” -“ Ok Pirate...I'll take care of it”. Foi a resposta do Canguru , que recebeu meu agradecimento “ Thanks Wayne!”.
A noite o marinheiro “Stwart” (encarregado da área interna restrita ao proprietário) me encontrou na popa aberta fumando meu cigarrinho e pensando vendo a fumaça vagarosamente se espalhar por falta de vento no momento.
-“ Pirate... the owner sent word that dinner will be served “
-“OK . Thanks. I am going”
Por um momento vi minha neta , cercada pelos meus filhos com a minha Sereia observando todos e chamegando a minha neta “ piratinha Lady Lelê”. Nesta cena , entre nuvens de fumaça , eu não aparecia.
Ao entrar na Praça D’Armas , a família do Chefe já estava toda reunida . Pedi licença, mas tive tempo de reparar numa das anteparas internas um quadro decorativo , montado com fotografias sobrepostas , com todos os familiares dos três proprietários , Jota Pê, Barba e Chefe Beto e alguns amigos mais próximos e um único funcionário , o Pirata Alado. Quando instalaram esse quadro há alguns meses ,eu reparei nesse pequeno detalhe da montagem. Nunca comentei sobre isso , mas me sentia orgulhoso pela pequena foto entre tantas outras maiores misturadas.
Jantamos peixe, falamos sobre as belezas da Austrália e brindamos ao fim daquela temporada divertida e segura . Ao final , a família se levantou e foram se instalar no frescor da varanda adjacente. O Chefe e eu permanecemos na Praça D’Armas . Nos sentamos e o Chefe tentou dizer alguma coisa relativa a próxima missão. Educadamente eu o interrompi dizendo :
-“Chefe , me desculpe , mas antes que o Sr fale sobre a próxima missão , eu gostaria de falar com o Sr “. Ele me olhou no fundo dos olhos e aguardou .
Eu peguei um molho de chaves e um papel dobrado no bolso e entreguei a ele dizendo:
“ Ai estão as chaves do Seababoon e um elogio me passado pela Eurocopter de Brisbane “. O Chefe pegou as chaves e leu o papel sem nada dizer me olhando.
“ Essa foi minha última missão. Estou pedindo demissão por razões particulares”. Comuniquei a ele.
-” O problema é dinheiro ?”. Foi a pergunta que me fez.
-“ Não , nem dinheiro e não é problema. É apenas uma solução. Minha única neta nasceu , e eu pretendo conviver um pouco mais com ela e com meus filhos que há muito me mantive distante. Agora me sinto realizado profissionalmente, na vida militar e devo isso a Marinha , tanto quanto na vida civil e isso devo ao Senhor. Obrigado por isso.
Há dez anos , em 2001, o senhor me desafiou a montar uma Operação de helicóptero sobre um barco de 90 pés . A Arpoadora operou com o Cilibri até 2008 , quando o senhor resolveu parar esta atividade.
O senhor quis operar o Colibri a bordo do Trindade , um Troller de 90 pés no Panamá... e lá operamos em 2002 em duas temporadas , sendo o maior deslocamento de um Colibri em voo na época, do Guarujá ao Panamá, (reconhecido pela Eurocopter oficialmente).
Desde 2006 começamos a operar o Seababoon a bordo desta Nau Karima ... e cá estamos. Completamos com as duas aeronaves e os três barcos mais de 1500 horas de voo e perdi a conta quantos dias de mar , sem “nenhum “ acidente ... e “todas” missões ´propostas, cumpridas , de dia ou a noite , com barcos parados ou em movimento , com todo tipo de mar em todas as condições meteorológicas em quatro continentes e praticamente todos os Oceanos , num sem-número de países. Em voo desfrutei cruzar o canal da Mancha , os Alpes, o Caribe, os Andes, o deserto de Atacama a Polinésia Francesa e a Oceania...e outras formações paradisíacas . Estou realizado. Agora , estou cansado . e saudoso da minha família. Eu o agradeço e espero que compreenda.” -
“ Ok ... e quem vai te substituir ?”. Perguntou o Chefe.
-“ Consultei vários amigos brasileiros e estrangeiros . A maioria não se interessou quando contei as condições que de comum acordo operamos . O único que havia aceitado essas condições e conhece tudo da operação , o Senhor dispensou em 2008 , alegando necessidade de cortar custo , em função da aquisição da Anheuser Bush, vendendo a Arpoadora e o Colibri passando a operar só o Karima e o SeaBaboon com apenas um piloto ... e eu aceitei continuar e fui obrigado a dispensar o meu amigo desde que o Senhor o contratou em 2006. Ele não fala mais comigo . Fiquei sabendo que por algum motivo ele está morando na Nova Zelândia e andou se oferecendo para trabalhar na Eurocopter de Brisbane que me passou o contato dele . Aqui está o cartão do ... Pirata Alado Jeff,,, meu amigo, Liga pra ele .” Sugeri ao Chefe
“- Boa ideia . Quanto a você , eu entendo ,,, pode acertar tudo no escritório em São Paulo”. Disse o Chefe encerrando a conversa .
-“Boa noite , até amanhã”. Cumprimentei a todos e todas que ainda estavam na Praça D’Armas e me retirei para falar com o Wayne.
-“Wayne ... Good evening... I resigned... and the owner accepted it. Therefore, tomorrow, after the owner disembarks, I ask him to empty the hangar so that he can store the SeaBaboon and disembark back to Brazil. I don't know what Humberto will want to do, but if he wants to continue, he will remain in my cabin until the other pilot to be hired decides. Have a good night. See you tomorrow.”.
Fui encontrar o Humberto que estava na popa com os outros tripulantes e comuniquei a ele a minha decisão, falando em português. Os australianos não entenderam nada , quando me retirei para dormir.
No dia seguinte acordei cedo e reparei que o hangar já havia melhorado. Haviam retirado muitas tralhas durante a noite. Fui para o aeroporto conversar com os pilotos do Falcon do Beto. Aguardei a família chegar para embarcar e me despedi de todos. Foi meio emocionante , dado ao nível de relacionamento que nos uniu por 10 anos. Com as filhas do Chefe haviam se passado 10 anos desde quando fui contratado e elas eram pré-adolescentes. A pedido do Chefe , muitas vezes eu as acompanhei por impossibilidade dele. Eu as considerava um pouco como “minhas filhas “ também. O Falcon decolou.
Voltei ao Karima e pela última vez , ajudei ao Humberto tirar as pás do Seababoon ...encapá-lo e devolvê-lo ao seu “casulo naval”. Quando a cobertura do hangar baixou ...senti que estava “enterrando” uma fase da minha vida.
Me despedi do casal Haydn & Kim por telefone, aluguei um carro e fui para Brisbane pegar um avião que me conectaria a um voo para o Brasil.
No dia 23 de outubro de 2010 , em São Paulo ...encerrei no escritório formalmente minhas atividades junto aos 3 Caçadores de peixe ; Jota Pê, Barba e Chefe Beto.
Fui para casa e reencontrei a minha Sereia santista... e depois no Rio de Janeiro minha netinha e meus filhos.
Em novembro quando preparava o quarto de hospedes do ap em Santos para receber o casal Haynd & Kim ... recebi um e-mail da Kim :
-“Dear Brazilian Pirate.
We won't be able to go to Brazil... because Haynd died in an accident with his helicopter in Papua New Guinea “.
Thanks for the friendship.
Affectionately Kim
A minha vida havia mudado , depois da Temporada Austrália.
Follow in peace my friend Haydn... wherever you are.
Goodbye
a quem interessar possa👇quando a vida continua