quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Veterano ... e a Cabeçudas



Amigos da Pirataria Alada ...      meu cordial ... Olá
Antes que me perguntem –“por que Cabeçudas ?” Esclarecerei.

“Cabeçudas” na Internet assim nos é esclarecido :
“São a espécie mais abundante de tartaruga marinha encontrada nas águas costeiras dos EUA.”

Também pode ser aplicado de forma popular :
“Quem é muito apegado às próprias ideias; insensível a argumentos; obstinado, teimoso”

No entanto , existe uma praia no Brasil que foi batizada com este nome , a Praia de Cabeçudas.
“ O nome "Cabeçudas" deriva de grandes pedras arredondadas na praia, que lembram cabeças, e da presença histórica de tartarugas-cabeçudas que frequentavam a região para desova”.
Tendo esclarecido isso , vamos nos fixar na linda e pacata, Praia de Cabeçudas de Itajaí – Santa Catarina.
Depois do “mar virado” em Santos , resolvi abraçar a Sereia e “descapontadamente” nos dirigirmos a Praia de Cabeçudas  .  (casa de praia do irmão Pirata Paulo Ferraz e sua Sereia Cida).
O alagamento de Santos havia diminuído , permitindo a saída da garagem , do Careca Azul Calcinha ... e assim fizemos com proa sul.
O sol ainda não animava muito , mas em torno do meio-dia partirmos para 670 km de estrada. Até Curitiba tudo correu bem quando começou a escurecer e aumentar o tráfego de caminhões na descida da Serra do Mar , além de um temporal chuvoso que desabou , tornando a viagem perigosa e cansativa.

Buscamos um hotel de beira de estrada próximo a Joinville.  Vimos um hotel da rede “Hotel 10 “ e paramos. Cobraram um preço abusivo adiantado para um pernoite. Aceitei derrotado pelo cansaço . Só queria comer um cheeseburger tomar banho e dormir. Fomos ao restaurante do hotel que oferecia um hamburguer no cardápio. Fomos atendidos por uma garçonete que nos disse que o “hamburguer “ (sem o Cheese) demoraria 45 minutos para ser confeccionado ... mas havia uns pratos prontos no Buffet por R$ 59,99 (por pessoa). Agradeci (revoltado com a exploração turística). Me dirigi a portaria para reclamar quando a Sereia reparou numa geladeira que oferecia um “cheeseburger de microondas” por R$ 20,00. Não reclamei , e comemos nossos Cheeseburguers com coca cola e fomos dormir. No dia seguinte havia um café da manhã (quase colonial incluído no preço abusivo da diária ). Conclusão : “se você só precisar de um pernoite ( de passagem por Joinville ) não pare no “HOTEL 10”... porque vai custar o preço de um “Café   Colonial pra 5 pessoas”.
O dia seguinte amanheceu ensolarado e continuamos a viagem descapotado e  “colonialmente” alimentados. 

Chegamos a “Cabeçudas” onde o Pirata Paulo nos aguardava na porta. Sob efusivos e saudosos abraços e beijos nos instalamos . Fizemos uma caminhada praiana curtindo o visual aguardando a Rainha Sereia Cida que chegaria mais tarde ,acompanhada de seus Pet caninos.

A minha Veterana Sereia aproveitou a caminhada praiana para tirar fotos , fazendo variadas poses de modelo fotográfica , ora sentada , ora apoiada em troncos da praia.... e vegetações praianas.

A Sereia Cida chegou. Muitos cumprimentos até que um dos pets abocanhou um filhote de “rolinha” que caiu do ninho quando tentava no estágio” ALFA “, uma decolagem ainda não dominada. Salvamos a “rolinha acidentada “ com danos no “trem de pouso” e com a asa direita “despenada” além de danos na estrutura central perfurada. Fiquei emocionalmente abalado por testemunhar o acidente aéreo sofrido pela rolinha aprendiz. (fato comum na Irmandade Alada).

Na falta de um “expert” neste tipo de acidente , liguei para minha filhota Dani, pedindo instruções . Recebi um diagnóstico não muito esperançoso e uma receita que incluía a aquisição de uma papinha própria de “farelo de insetos” para o caso que se apresentava.
Fizemos uns curativos preliminares e programamos uma busca pelo receitado “farelo de insetos “ para o dia seguinte.
A noite chegou e nos deliciamos num buffet de caldos próximo, quando os jornais televisivos anunciavam uma grande movimentação da Marinha no Porto de Itajaí , em função da cerimônia que ocorreria nos próximos dias  de “lançamento ao mar da “novíssima Fragata Jerônimo de Albuquerque ( a segunda da classe Tamandaré )“ com a presença do Vice-Presidente Alckmin.


O dia seguinte amanheceu ensolarado. Propus uma busca do “ farelo de insetos” , descapotado aproveitando o dia lindo . O Paulo assumiu o comando Careca Descapotado (carro de “biba” , segundo alguns catarinenses ).
Como não sabia o significado do termo “ biba” , fui procurar o termo
 na internet :
Biba : Gíria para homossexual masculino; Termo pejorativo para homem afeminado. Sinônimo de Biba. bicha · gay · homossexual. 


O Paulo no comando do “carro de Biba” do Veterano Pirata , estacionou no Pet Shop especializado em peixes e pássaros.
Fomos atendidos por uma simpática moça que confirmou que tinha o receitado “ farelo de insetos” e comentei feliz que seria o alimento para nossa “filinha alada acidentada”... a “rolinha”.
Enquanto ela cobrava o preço da compra na maquininha do meu cartão bancário , a simpática jovem atendente olhou pra mim e perguntou :
- Vocês estão juntos ?
- Sim... já  há alguns anos .... como não pudemos ter filhos , resolvemos adotar a “rolinha” que se acidentou como nosso filhinho ... e agora estamos tentando salvá-la. Respondi sério com ar de pesar.
A moça cobrou a conta . Me deu o recibo , agradeceu e se despediu da dupla de clientes com cara triste , mas com leve sorriso nos lábios.
Quando voltamos para o Careca (carro de Biba) ... o Paulo voltou e disse para a  jovem e simpática atendente:
- Moça ... não tenho nada contra ... mas nós não somos GAY....ok?

Entramos no carro com ele no comando e tive um ataque de risos como há muito tempo não tinha . Valeu o dia . (quase botei em dúvida na Sociedade de Itajaí , a masculinidade do meu amigo Prático Respeitado do Porto de Itajaí . o Pirata Paulo Ferraz.)
Fomos fazer compras para o delicioso churrasco que ocorreu a tarde na casa de Cabeçudas.

Durante o churrasco ensolarado vimos sobrevoos de um caça A4 Skyhawk da Marinha treinando para sobrevoo da cerimônia de batismo que ocorreria no dia seguinte . Marinha que não tem Porta Aviões , seus “caças  navais” têm mesmo que abrilhantar Cerimônias de batismo de Fragatas .( operando de Aeroportos ).
Tentamos alimentar o nosso “filhinho alado acidentado “. Observamos a mãe do acidentado visitando a “caixa” em que acomodamos o acidentado. Tive esperança de salvá-lo. Foi um dia divertido e emocionante.


O dia seguinte amanheceu chuvoso e triste . A rolinha encerrou suas atividades existenciais e nos deixou . A cerimônia Naval no Porto de Itajaí ocorreu diante de muitas autoridades ( e Imprensa) protegidos da chuva numa cobertura daquelas alugadas para esse tipo de atividade . Deve ter havido uma passagem rasante do A4 sobre o mar a baixa altitude (porque ouvi o barulho da turbina ). Não o vi , porque a base das nuvens chuvosas não permitia o “sobrevoo”.

Curtimos uma deliciosa feijoada sob encomenda num restaurante muito legal próximo de casa . Batemos muito papo de boas lembranças comuns e trocamos muitas fotos.
Foram dias deliciosos com  meu irmão Pirata Paulo Ferraz e sua Sereia Cida na Casa aconchegante pé na areia da linda Praia de Cabeçudas .

No dia seguinte o sol voltou. A minha Sereia embarcou no descapotado (carro de Biba) na posição de Co Piloto, e partimos para uma deliciosa viagem com destino a Baixada Santista. Desta feita , a Sereia só recebeu uma “buzinada “ de caminhoneiros . ( pouco, se comparado a quantidade de buzinadas na Dutra quando ultrapassamos os “brutos”  no rumo do Rio de Janeiro ).

Assim se encerrou mais uma divertida Aventura do Veterano Pirata Alado e sua Sereia, abordo do Careca descapotado ( carro de Biba ).

Aos amigos Cida e Paulo Ferraz , obrigado por tudo . Foram dias maravilhosos.

Paulo ... se alguém tiver dúvidas ... eu posso atestar em cartório : “ Você não é GAY “ . Eu assino em baixo !
Fraternos abraços piratescos  alados a todos leitores


... e a primeira Tamandaré foi pro mar...
e não voltou...
ainda


 a Sereia 
e a 
Praia de Cabeçudas 
continuam lindas 
com chuva ...

ou
Sem chuva


F45 Fragata União 
Deixando o Porto de Itajaí 
carregando belas histórias de uma
MARINHA 
que era respeitada internacionalmente 
nos felizes anos 80/90

terça-feira, 29 de julho de 2025

VETERANO...no mar virado

 


Amigos da Pirataria Alada...meu cordial " Aloha "

Na internet :

"Aloha" é uma palavra havaiana que significa muito mais do que apenas "olá" ou "adeus". Ela engloba conceitos como amor, paz, compaixão e misericórdia, representando um modo de vida e uma filosofia de conexão com os outros e com a natureza. 


Hoje o dia amanheceu esplendoroso . O sol em toda sua intensidade prenunciava um dia daqueles,  tipo : " como é bom estar vivo pra viver dias como esse ".

Como em todos os dias quando acordo cedo ( as 6 da manhã depois de um pesadelo onde o meu elevador do prédio se torna um vagão de metrô ... vá entender) . Degustei meu copão achocolatado , tomei um cafezinho e acendi o cigarrinho de " bom dia" na janela de observação da praia e do " tráfego marítimo " de entrada no canal portuário. 


O sol despontava sobre o topo dos edifícios a leste iluminando a praia ao sul aquecendo o barlavento frio praiano. Dia perfeito

Percebi pouquíssima movimentação de navios e imaginei que algo ocorria devido ao mar encapelado. As ondas de maré alta ultrapassavam os limites da areia e invadiam a Avenida praiana. Liguei a tv local que estavam reportando o " apocalipse urbano " ( isso é comum no telejornalismo midiático em geral...eles adoram uma tragédia).


No jornal nacional , Santos esteve em destaque na programação em função das condições marítimas,  que fecharam o Porto de Santos , por segurança. Após essa notícia seguiu-se uma discussão entre repórteres sobre a causa do baixo movimento de navios . Seriam as condições do mar , ou o " tarifaço do Trump" ?  Depois de 2 horas de discussão,( sem chegarem a nenhum consenso) resolveram discutir política em geral e segurança pública,  e consequências das eleições de 2026.... aí resolvi fazer algo útil. Fiz faxina caseira... e desentupimento de ralos pensando no próximo passo do dia ( sem esquecer o sol e as grandes ondas que se formavam no mar ).


Almocei um delicioso caldo verde produzido com capricho pela Sereia Veterana, que a tarde iria encontrar amigas na "missa da saúde" complementada por um "cafezinho com papo amigo" na padoca da esquina próxima da igreja do Embaré.    

Depois dos exercícios realizados na atividade " faxineira doméstica " e consumido o Caldo Verde da Sereia acompanhado de uma BUD zero álcool (novidade para motoristas e surfistas ) ,  cansado resolvi desfrutar do sol a disposição. 


Peguei minha prancha e com ela debaixo do braço corri para praia para não perder o " pico " do swell!!

Para quem não entende de Surf, a Internet esclarece : 

No contexto do surf, swell refere-se a um conjunto de ondas que se propagam pelo oceano, geralmente formadas por tempestades em alto mar. Essas ondas podem viajar longas distâncias, ganhando energia e formando picos de surf ao atingir a costa. 


Dito isso, cheguei ao "  point do canal 4 ".

A chegada do Pirata e sua prancha foi aclamada pelos comparsas surfistas assim como pelas Sereias locais.....

Animado , enchi o peito corri para a água , sob aplausos, prendi a tornozeleira do cabo da prancha e encarei as grandes ondas mergulhando na quebrada e continuando as enérgicas braçadas já imaginando as manobras que pretendia realizar . Em certo momento me lembrei dos tubos em Teahupoo na Polinésia quando lá estive admirando a vitória do conterrâneo Gabriel Medina sobre o Veterano Kelly Slater. Aprendi muito com eles naquela época.


Cheguei a tempo de iniciar uma serie de ondas “possuídas”. Deixei passar a primeira...e logo atrás começou a engordar uma inacreditável tipo “Poseidon” !... me preparei me posicionando e iniciei as vigorosas braçadas... quando a onda começou a crescer me elevando ao topo...., tive tempo de observar a praia e observei as Sereias saltitando ansiosas por verem o Veterano Pirata já de pé sobre a prancha se equilibrando empunhando uma long neck Budweiser. ..... Quando concentrei ...observei a onda paredão começando a formar um tubo a minha frente e pensei : - Hoje é o meu dia !


A onda começou a se fechar e acelerei .... quando percebi a onda começava a se fechar eu estava dentro do tubo de água transparente....dei um gole profundo na Bud ...e tive energia suplementar de me agachar esticando o braço direito tocando a mão na parede interna daquela onda tubular diminuindo a velocidade e aumentando o tempo de permanência no “in site” do tubo (como me ensinou o conterrâneo Medina ). Foram segundos eternos de paz com a vida . O tubo estava se fechando já na proximidade da arrebentação próxima a parte seca da areia. Recolhi o braço , acelerei a velocidade mirando a saída  e no bafo espumado ,,,,saí ileso ... e feliz ficando de pé na prancha e desfrutando o que restava da minha Budweiser ,

Ao tocar na areia fui atacado por sereias (inclusive a minha entre outras ) buscando um abraço do Veterano Pirata. Fui jogado no chão com tanta alegria ... era tanta gente querendo comemorar o feito da onda perfeita surfada ... que comecei a me sentir sufocado....perdendo a respiração ... puxei o ar e ele não veio ....comecei a me desesperar e .... acordei .

Num primeiro momento não identifiquei onde estava . Senti o sol forte na cara e percebi que estava deitado só de sunga , numa cadeira de praia no terraço do meu prédio. Na minha mão direita havia uma long neck Budweiser (vazia)...sobre minha barriga suada um livro aberto com as páginas molhadas . O livro era um romance de Lucinda Riley que na página aberta contava um romance ocorrido em praias da Tailandia e Australia , onde eu havia estado nos tempos de Pirataria Alada executiva .

Conclusão... minha noite mal dormida  interrompida por pesadelo de elevador que vira trem .... Observação das condições marítimas da minha praia....exercício físico na atividade de faxina caseira de desentupimento de ralos .... Além da minha adoração solar sob efeito de leitura romântica que me transporta naturalmente .... só podia dar nisso . ( só não sei  o por quê da Budweiser entrar no meu sonho....kkkk.

Quer saber ? que se danem o que dizem os jornais televisivos ou midiáticos e suas notícias apocalípticas . Viva a vida ....da forma que melhor lhe convier .... porque o relógio não para ....e o tempo está diminuindo.

Fraterno abraço a todos e todas , amigos e amigas da Pirataria Alada (agora na versão Veterana ).

Aloha 




terça-feira, 22 de julho de 2025

VETERANO ... e o Dia do Amigo



Amigos da Pirataria Alada ... meu sincero Bom Dia ... no dia do Amigo 

Despertei neste domingo , pelo meu "despertador natural" ( a coleta de lixo realizada pelos meus " amigos " coletores da Prefeitura ) as 7 da manhã . Como em todos os dias me dirigi a cozinha para encontrar o meu copão de leite achocolatado matinal , reunindo energias para o novo dia que amanhecia nublado , não indicando uma caminhada meditativa sem sol. Já energizado   percebi que a Sereia Veterana , já havia saído , cumprindo seu compromisso religioso dominical , provavelmente na Igreja do Embaré, próxima de nosso prédio.

Depois de consumir o meu delicioso cigarrinho matinal , observando o mar de nossa janela percebi que o mar estava mais para alguns jovens surfistas corajosos , do que para Veteranos Piratas não menos corajosos , mas que não se dispõem a encarar a brisa marinha gelada  que soprava na praia.

Da minha janela de observação marinha meditativa , me lembrei da visita familiar que havia ocorrido nos dias anteriores , da minha neta querida, meu filhote “carioca marrento” e minha nora predileta. Eles haviam retornado ao Rio de Janeiro no sábado, desfrutando do big BYD híbrido recém adquirido , e deixando saudade.

Na quinta feira ensolarada , enquanto meu filho e nora foram para Votorantim resolver problemas cartoriais , eu tive um dia delicioso com minha predileta (e única ) neta querida  (agora, devidamente “debutada”)  a sós.

- Lelê o que você quer fazer ? vamos curtir o sol ?  Perguntei a ela.

- Vamos Vovô ..., mas passeando no “descapotado” e tomar uma água de Côco na barraquinha ...kkkk!  Respondeu ela não me deixando outras opções. (ela adora andar no “ Careca Azul Calcinha “ ).

Nos vestimos de forma esportiva informal ... e partimos “descapotados” pela orla santista.

- Não dá bobeira com o celular no descapotado ! Alertei minha neta ( que não larga o aparelhinho maldito ).

- Pode deixar Vô ! Eu fico esperta ! Ela respondeu (como se isso fosse suficiente ). 

Preocupado , quem ficou esperto fui eu com meu “radar de busca visual” natural fazendo varredura 360° no entorno da movimentação do trânsito. Tudo correu ... “sem ocorrências desagradáveis “.

Percorremos a orla da praia , rumo a Ilha `Porchat , observando o bem cuidado jardim (o maior litorâneo urbano segundo o Guinness Book). Muitas frondosas arvores e variadas flores tornam silenciosamente o passeio descapotado mais agradável. Já em São Vicente , o sinal de trânsito fechou . Paramos exatamente embaixo do teleférico , que une a praia de Itararé até a Rampa de decolagem de asas deltas e parapentes  na junção das cidades de Santos e São Vicente. Me lembrei que há 10 anos, pegamos (neta, Sereia e  Pirata ) o teleférico e desembarcamos no alto do Monte Santo do Senhor. La existia um bosque de grandes bambus , onde os turistas esculpiam seus nomes nos grossos caules de bambu. 

- Lelê será que seu nome ainda está gravado lá ? Perguntei a minha neta apontando o alto do morro , onde um "paraglider" decolava.

- Amanhã vamos levar seus pais para conhecer e procurar o seu nome . Completei sem obter a resposta dela.

Subimos a Ilha Porchat de lindo visual de toda orla praiana da Baixada Santista . Imaginei trazer a família no dia seguinte para curtir o visual desfrutando de uma Meca Santista.

Descemos a Ilha curtindo o visual e nos dirigimos a Ponta da Praia para nos refrescarmos com a prometida Água de Côco na barraquinha do canal 6. No dia ensolarado estacionar o carro é quase impossível . Não para o “ careca MINI descapotado “. Havia uma única vaga em frente a barraquinha de Côco , que só caberia um MINI ( ou similares menos votados ). Estacionamos sob olhares praianos atentos . Minha neta aguardou pacientemente ( e adorou) os 10 segundos , enquanto a capota era acionada eletricamente , para deleite dos observadores.

Nos instalamos em uma das mesas da barraquinha de Côco , portando  cada um seu enorme Côco com canudinho. Um grande navio deixava o Canal e aproveitei o momento descrevendo a atividade , de alguns amigos , da Praticagem , que segundo ela , o pai (meu filho) teria pensado em prestar concurso por ser muito bem remunerada. Tentei explicar tudo que envolvia a atividade e o porquê de ser muito bem remunerada . ( não me estendi muito no assunto tentando não supervalorizar qualquer atividade visando somente o aspecto financeiro ... afinal sou filosoficamente Pirata Aventureiro ... não necessariamente em busca de “tesouros”).

Aproveitei o visual  e o assunto profissional conversado e resolvi estender o passeio turístico descapotado  pela borda do canal do maior porto da América Latina . Há tempos eu mesmo não fazia esse passeio .


Fiquei impressionado com a rápida transformação que o Porto de Santos passou após a parcial privatização se adaptando as modernizações técnicas em função da evolução causada pela adoção dos “containers no transporte de cargas em geral “ principalmente no marítimo, integrado ao meio rodoviário e ferroviário. Passamos por imensos terminais modais , desde grãos , sucos de laranja até outros como , minerais e petrolíferos.

Diante dos vagões ferroviários com o “logo” da marca “ RUMO” , me lembrei que essa nova “marca “ logística surgiu depois da compra da ALL ( América Latina Logística , que era presidida por um bom amigo dos meus tempos de piloto executivo )... onde foi o primeiro emprego do pai da minha neta depois de formado pelo ITA . Conversamos sobre isso e ela disse que não sabia ,

Ao chegarmos no cais da Capitania dos Portos , me surpreendi com a presença do veleiro Cisne Branco da Marinha do Brasil atracado. Ela achou lindo e quis tirar fotos com o celular ,

- Lelê,  você quer conhecer o Veleiro Cisne Branco. ? Perguntei a ela reparando no interesse que o navio despertou .

- Quero ! Eu estou pensando em entrar para  MARINHA ! Ela me respondeu ... e quase caí de costa surpreso !.

- Você quer entrar pra Marinha ? perguntei sem acreditar  muito.

- Quero ,,, mas depois de me formar ... em medicina . Ela respondeu .

- AH !!! ...Foi o máximo que consegui dizer .


Já era próximo do horário de almoço e imaginei que não seria um bom momento para fazer uma visita não anunciada , num dia “útil”  ( não em dia de visitação pública ) . Mesmo assim tentei me dirigindo a Capitania dos Portos . Me apresentei e fui muito bem recebido pelo oficial de serviço e alguns amigos do tempo que lá servi . Autorizaram a nossa entrada (a bordo do “careca descapotado”) e pediram que aguardássemos já no estacionamento da Capitania enquanto consultavam o Comandante do Cisne Branco. Durante a espera , minha neta aproveitou para tirar algumas fotos . Como eu imaginava , o Comandante do Cisne Branco , pediu que voltássemos as 14 horas quanto então o navio estaria preparado para nos receber . Agradeci a atenção . 

Voltamos pra casa felizes com o passeio “descapotado “. A visita ao Cisne Branco ficaria para outra ocasião.

Meu filho voltou tarde de Votorantim , cansado depois de engarrafamentos rodoviários . 

A sexta feira amanheceu chuvosa e fria recomendando descanso com sessão  cinematográfica caseira vespertina , além de pizza noturna familiar no PASSA + RELA , em companhia do casal de amigos Sandra e Marcelo (ex-sócio do estacionamento Mar Café Auto Park , e grande amigo).

O sábado amanheceu ensolarado , criando a perspectiva de um agradável retorno rodoviário ao Rio , a bordo do Big BYD , da minha querida neta  (e seu amigo celular inseparável ) conduzida pelos pais. O sábado chegou ao fim quando recebi a informação Whatzapp que haviam chegado bem. Dormi satisfeito com a visita do meu filhão e suas “ meninas”.

Como ia dizendo inicialmente...da minha janela de observação marítima meditativa , no domingo ... resolvi iniciar o dia consultando o celular e as notícias do dia televisivas. A televisão apresentava muitas propagandas oferecendo ofertas imperdíveis relativas ao “Dia do Amigo “. O celular acusava várias mensagens carinhosas relativa ao Dia do Amigo . Fiquei sabendo que tenho muitos amigos , principalmente no setor bancário e comercial . Todos fizeram questão de explicitar essa nossa amizade por meio de filminhos e mensagens pré-produzidas por IA e compartilhadas automaticamente . Outras mensagens de amigos distantes . Agradeci a todos com um “joinha” , e fiquei pensando :

Por que tem que ter um dia específico do “AMIGO” ? Dia de amigo , pra mim , é TODO dia. Assim como ... Dia das Mães e dia dos Pais.

AMIGO... é uma coisa difícil de ser definida . Fui buscar uma definição no “Dr Google” que sabe de tudo. Encontrei várias definições e não gostei de nenhuma . Cheguei a conclusão de que AMIGO pode ser enquadrado de várias formas. Me lembrei de vários  ( como faço todos os dias ) . Cheguei a conclusão que não precisava parabenizá-los pela data . Eles sabem ( ou melhor ,,, sentem) que somos amigos ... por atitudes , não por palavras .

Continuei pensando no assunto , me dirigindo ao banheiro para iniciar a minha higiene matinal . Como não sou adepto do modismo “barbinha crescida” iniciei a atividade diária “fazer a barba” .  Ao me ver no espelho com cara pensativa esfregando a espuma ... senti uma voz interna dizendo :

 “ – Bom dia ... meu melhor AMIGO . Aproveite bem , mais esse dia , porque o relógio não para “ . 

Reparei o olhar profundo da imagem que estava vendo a minha frente , e percebi um leve sorriso entre a espuma que cobria aquele rosto que reconheço muito bem há anos .

Fiquei feliz e me lembrei de uma imagem infantil ... aquela do desenho animado Disney da época , Branca de Neve , onde a Rainha Má do conto dos irmãos Grimm , pergunta ao espelho :


“-Espelho, espelho meu, quem é mais bonita do que eu ? “

... e o espelho responde :

“ – a Branca de Neve é a mais linda ! “

Conclusão do Veterano Pirata .

O meu melhor amigo é .. “O meu espelho”. Ele sabe tudo sobre mim . Ele não mente pra mim. Ele me entende perfeitamente , policia a minha consciência , me aconselha sinceramente e está sempre disposto a me ouvir , mesmo que eu não fale nada . Ele “sente tudo “.

Olhei profundamente e pensei :

“- Parabéns pelo seu Dia , meu amigo espelho !”

Ele sorriu agradecido .

Eu terminei de fazer a barda , tomei o meu banho . A Sereia voltou da missa , com o pãozinho quente do amigo padeiro e combinamos que no almoço comeriamos uns bolinhos de bacalhau no boteco da esquina servido pelo nosso amigo Toninho de tantos anos .

Tim ... Tim ... um brinde à todos meus amigos (seja lá onde estiverem ) independente de raça, cor , tamanho e opção sexual , politica, esportiva , ou qualquer outra característica particular (basta ser meu amigo) . Tenho certeza que vocês (amigos da Pirataria Alada ) se sentirão brindados por mim.



Fraterno abraço ... do amigo VETERANO PIRATA  ALADO.


segunda-feira, 7 de julho de 2025

VETERANO ... e o ESPORTE (nos anos de chumbo )



 


Amigos da Pirataria Alada , bom dia. 

Hoje acordei com lembranças “esportivas “ depois de ter acompanhado , pela televisão ,  a vitória do Fluminense ( que considero “meu time” porque foi o único clube de futebol do qual fui “sócio” por algum tempo ) e da derrota do Palmeiras , time de preferência da Sereia ( mesmo ela sendo “santista “ por nascença ... vá entender !!! ) , na fase quartas de final da milionária “Copa do Mundo de Clubes “.


Sereia Lincete...palmeirense ! 😂😍😘


Não sou um “torcedor fanático” do atual esporte profissional controlado por mídias variadas onde o que vale é o “valor” das premiações e o tempos de exposição “ marqueteira “ , em detrimento de sentimentos nacionalistas. Não sou contra ... só não gosto . Como VETERANO convicto , fui criado e me desenvolvi esportivamente , sob diferentes influencias durante os chamados “ Anos de Chumbo no Brasil “. O meu sentimento nacionalista (Pra Frente Brasil) _ prevalecia aos interesses  pessoais / econômicos dos midiáticos políticos que judicialmente controlam a  questionável “ democratura”, considerada “ pária “ pelos poderosos sobre a Politica Estratégica atual , no cenário mundial. No entanto, o assunto do momento , não é Politica ...e sim o Esporte!


Meu contato com o “esporte em geral “ começou em torno de 1962 , quando a Seleção “canarinho” de futebol se sagrou Bicampeã de futebol e começava a consagrar um moleque escurinho que servia ao Exército , que chamavam de Pelé. ( ele também acabou se tornando Bicampeão de clubes ... fazendo do Santos FC... um time do interior , internacionalmente conhecido como ...“melhor time do mundo” ).

Nessa época eu completava 8 anos de idade e morava no Parque de Aeronáutica de São Paulo ( mais conhecido como Campo de Marte ). Meu pai, era um oficial especialista em motores ( não aviador). Ele  ( caipira do interior de família do agronegócio da época havia ingressado na FAB, no final da Segunda Guerra) , servia no Campo de Marte desde 1954 , quando nasci . Nunca foi um grande esportista . Como especialista em motores , gostava de “ corridas de motos e carros” pouco famosas na época. Meu pai se deslocava pelo enorme  Parque de Aeronáutica , pilotando uma moto Jawa oficial da FAB , que teria vindo dos Estados Unidos , juntamente com alguns aviões (sobras de Guerra).


Naquela época ( 1962 , por influência da vitória da Seleção Canarinho) foi programada uma partida de futebol no Campo de Marte , entre o Parque de Aeronáutica e a Base Aérea de Cumbica. Meu pai foi escalado como goleiro (por falta de outra opção disponível). Eu me senti orgulhoso (no alto dos meus 8 anos recém completados) e fui assistir , juntamente com meu padrinho Elito , carioca e atleta benemérito do Fluminense, ao meu pai desempenhando uma função importante na atividade esportiva que enaltecia o Brasil no mundo inteiro . Olhos fixados no meu pai (guardião do Parque) da “ meta “ adversária do inimigo ... as redes do GOL  do Parque .... até que aconteceu uma surpresa :



Depois de alguns minutos de bola rolando, o goleiro de Cumbica bateu um “tiro de meta “ ( com força desproporcional ) que cruzou todo o campo de jogo , a bola quicou dentro da grande área do time do Parque e encobriu o goleiro ... “Meu pai “ ( que nem tocou na bola ). Eu surpreso , fechei os olhinhos envergonhados, mas escutei quando a plateia revoltada exigiu a substituição imediata do goleiro...que foi realizada . Essa foi a minha primeira decepção esportiva ( que talvez tenha causado o meu trauma infantil futebolístico ).



Meu pai triste por este evento , e amante de motores , me presenteou no ano seguinte , quando completei 9 anos , com uma “ moto  Indian. Papoose “ de 90 cilindradas ! Parecia um absurdo , mas achei muito natural e adorei o presente e passei a me deslocar motorizado aos 9 anos , me tornando um “fenômeno” automotivo entre a ” meninada “ da época (principalmente  , as do gênero feminino ).


Passados mais de 8 anos desfrutando de moradia oficial no Parque Aeronáutico , meu pai foi obrigado a livrar o apartamento que ocupávamos e fomos morar num sobrado em Santana , próximo a unidade militar da FAB , onde meu pai continuaria trabalhando.

Agora em Santana , o tempo foi passando chegando a 1964 . Eu completava os meus 10 anos num país que passou, em março , a ser controlado por “militares patrióticos “ que botaram pra correr (sem darem um tiro sequer) uma cambada de políticos corruptos que se apossaram do país tentando torná-lo um “cachorrinho de madame “ de Estado Social/ Comunista (URSS) do período pós Segunda Grande Guerra , conhecido como Guerra Fria.


Esportivamente, me decepcionei em 1966 , quando pelo radio ( a  televisão ainda não transmitia Copa do Mundo de Futebol) fiquei sabendo que o nosso Pelé , foi “quebrado “por um português em campos da Inglaterra. O Brasil , que já era conhecido economicamente como “Milagre Brasileiro “, saiu da Copa sem conquistar o Tri seguido.



O tempo corria rápido (como eu na minha Indian Papoose ). Meu pai passou para reserva da FAB e foi contratado para ser o Encarregado de Segurança do Jockey Club de São Paulo , depois de ter concluído a reconstrução de um Avião Executivo Aero Commander , de uma Empreiteira da época. Nos mudamos para Pinheiros , próximo ao Jóquei Club de São Paulo . Ele acabou tirando o brevê de piloto de avião e foi contratado pela Empreiteira como copiloto do avião que ele havia reconstruído. 


Nos momentos de testes  pilotando me embarcava e me ensinou a pilotar. Pediu demissão do Jockey Clube.  Como a ” grana “ começou a entrar , ele agora piloto executivo , comprou no Jockey uma “égua’  de corrida profissional que não havia dado o “retorno” esperado pelos proprietários , e me presenteou.

 A “Égua” (como a batizei ) era enorme , linda alazã, mas, treinada para corridas , de difícil controle para somente “passear pelo campo” . Levamos para o nosso sítio em Pilar do Sul que viria a se tornar o meu “Paraiso Perdido “ . Eu adorei ! Se a  Égua gostava de correr ... passei a galopar com ela na pista de pouso que meu pai havia construído no nosso Sítio, onde aprendia a pilotar o Aero Commander. A caipirada da pequena cidade do interior paulista começou a desafiar , com seus “pangarés” a minha Égua e o adolescente “paulistano”, que a conduzia. Cheguei a pensar  em me dedicar ao “ esporte” de “corrida de cavalos” ( bem remunerada) , depois que ganhei uns trocados dos caipiras que tiveram a coragem de apostar contra a Égua . Meu pai me convenceu a entrar para Marinha  ( meu pai estava certo).


Eu fui estudar num Colégio Público de referência de Ensino Publico no Estado de São Paulo , o IEFDP ( Instituto de Educação Fernão Dias Paes ), que consta do currículo de pelo menos um  Presidente da Republica , um tal de FHC , que muitos anos depois começou a “quebradeira” das Forças Armadas , criando o “Ministério da Defesa “ nomeando um advogado ignorante militarmente para chefiar a Pasta ! Mas isso é outra História . O assunto continua sendo ... ESPORTE.



Neste novo Colégio , conheci um dos alunos , cujo pai, trabalhava com a família Fittipaldi no ramo automobilístico. Eu e a minha Papoose, passamos a frequentar o autódromo de Interlagos aos domingos acompanhando as atividades da família Fittipaldi e seus protótipos de corridas.  Passei a adorar corrida de carros (mas na época só corria com a minha Égua).


Eu , então, aluno do IEFDP do FHC me iniciei esportivamente . 


Em 1968 , houve uma competição interna de futebol de salão em homenagem ao Walt Disney ( não sei  o porquê).Os times formados pelos alunos deveriam portar os nomes de personagens de Walt Disney. Havia o time dos Pato Donalds , dos Mickey s e assim por diante . Eu fui convidado pelos “repetentes “ mais velhos da minha sala de aula o 3° C (terceiro ano ginasial ) para atuar como goleiro ( posição traumática da minha infância ). Aceitei , meio por falta de opção, já que meus colegas eram mais “velhos “ ,,, e mais fortes . Eles escolheram um nome de personagem que exprimisse as características do nosso time  e foi assim , que a minha primeira medalha esportiva foi obtida com o time do “Mancha Negra” . Vencemos todos os jogos disputados , sem que eu tenha sido “vazado”, nos tornando Campeões Invictos do torneio Walt Disney . Fui aclamado o melhor goleiro do IEFDP pelos alunos repetentes ( mais velhos e mais fortes). Vivíamos o ano de 1968 e o Brasil se desenvolvia a pleno vapor economicamente atingindo patamares de “sexta economia mundial”. 

Além de bicampeão de futebol , o Brasil ostentava o bicampeonato masculino de Basquetebol,  também ( por incrível que possa parecer hoje em dia ). Os meus colegas do Mancha Negra , também jogavam Basquete disputando o Campeonato estudantil paulista e por causa do meu sucesso como goleiro , me convidaram para fazer parte do time de Basquetebol do IEFDP .


 Eu seria o catador de bolas , durante os treinos, torcedor no banco durante os jogos e jogador nos jogos fáceis , para descansar os titulares . Terminamos o ano escolar , como Campeões estudantis do segundo grau da Capital Paulista e perdemos para Franca ( campeã do interior) , a final estadual . Foi minha segunda medalha esportiva . Dois dos meus colegas de time seguiram carreira como profissionais no esporte , o Caviglia e o Samir . Eu preferi entrar para a Marinha .


Chegou 1970 . Alguns, hoje,  se referem  aquela época como “anos de Chumbo” ! Não me lembro de nenhum “chumbo “ nesse período . O que me lembro foi dos “chumbos “ que a Seleção Brasileira de Futebol distribuiu no México para conquistar o Tri campeonato mundial de futebol , invicta . Eu comemorei meus 16 anos na rua Augusta comemorando o TRI , cantado o “Pra Frente Brasil “. O povo era ... feliz .


Passei no concurso para o Colégio Naval. Meu pai me deu um Fuscão Azul Marinho  0km de presente . Troquei minha Papoose pelo Fuscão , nos meus deslocamentos “estudantis” . Agora seria para Angra dos Reis (um pouco mais distante ) e afinal de contas eu já era muito mais experiente aos 16 anos completos .

Fiquei triste quando soube que meu pai havia vendido a  motoca Papoose ... e a Égua , depois que numa tentativa de montá-la ( era muito alta e arisca) , ela empinou me derrubando de costas no chão  duro no quintal da casa do “meu paraíso “, então com a casa que eu havia projetado , já construída pelo meu pai , que disse:

- Menino ... toma jeito ! você agora só vai correr de “navio” . não precisa mais nem de moto nem de égua de corrida !  (ele esqueceu do Fuscão e as curvas da estrada de Angra dos Reis ...kkk) 



Em 1971 , já Aluno do CN , minha atividade esportiva se iniciou no voleibol . Defendendo a Marinha , frente as coirmãs Escolas Preparatórias de Cadetes EsPCEX (do Exército) e EPCAR ( da Aeronáutica ), além de outras Escolas Civis . Colecionei várias outras medalhas.

Em 1973, me apresentei na Escola Naval. Como jogador de vôlei me animei em saber que o técnico de voleibol da EN , era também, o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei masculino , o Fuzileiro Naval Celio Cordeiro . Eu iria ser treinado por um “técnico de seleção brasileira “ . Ledo engano. Quando fomos apresentados a ele , fizemos um rápido teste , fui cortado em função da minha altura e principalmente pela “qualidade” deficiente no esporte. Fiquei decepcionado e preocupado, mas me orgulhei porque alguns amigos de infância , foram selecionados , inclusive o Meneses Cordeiro , que viria ser o 01 (Comandante Aluno ) da minha turma . Não estaria mais ligado a uma atividade esportiva que me permitia competir fora dos muros escolares . Avaliei todas as equipes disponíveis e cheguei à conclusão de que a Vela (ou Iatismo) seria o meu foco ( mesmo sem nunca ter entrado a bordo de uma barco a vela ) naquela época . Meu pai disse que eu só correria de “navio” ... por que não começar com um “barco a vela ?”

A Vela não exigia experiência anterior dos “calouros”, bastava que nós , nos dispuséssemos a lavar os barcos depois dos treinos . Isso eu sabia fazer e me dediquei (investimento de longo prazo ). Estudei o esporte  e descobri que no Brasil havia tri campeões mundiais naquele esporte : Axel e Erick Schmidt. Que moravam em Niterói e se dedicavam a formar jovens para a prática do esporte. Quis o destino que ao longo dos anos , com meus irmãos por opção Paulo Ferraz e Lismar, nos dedicássemos ao esporte , além de habitantes do mesmo camarote, nos anos seguintes de Escola Naval . 


Chegamos a ganhar algumas medalhas em Regatas da Baía de Guanabara cada qual comandando o seu veleiro Soling , até que em 1976 , último ano de EN , nosso técnico veleiro , Fuzileiro Naval Robson Hasselmann ,( o Tio Bill) conseguiu um acordo com o Axel Schimidt para treinar nossa tripulação do Soling Itaipú numeral  BL -18.

 Iniciamos o treinamento , que por vezes , nos finais de semana  , um sobrinho adolescente do Axel compunha a tripulação do Itaipu . Esse garoto hoje é conhecido pelo nome de Torben Grael , o maior iatista brasileiro , multe campeão mundial e olímpico  , mais um produto dos “ anos de chumbo “ que tornou o país respeitado internacionalmente neste esporte considerado “eletivo “  mas que desenvolve projetos para comunidades carentes .


Naquele ano de 1976 , o Itaipu comandado pelo Axel e tripulado pelos Aspirantes  da Marinha Lismar e Barreira , conquistaram o Quinto lugar do Campeonato Brasileiro da classe Soling . 
No início do ano de 1977, o ITAIPU foi emprestado para um argentino que havia tido problemas com seu barco, desde que fosse tripulado por pelo menos um brasileiro. Acabou sendo vencedor da sétima regata do Campeonato Sulamericano da classe , representando a Argentina  sob Comando do argentino Jorge Pochat , tripulado pelo argentino Cristian e pelo ( já Guarda Marinha )brasileiro  Barreira da MB , portando o numeral argentino  A 4 ( o barco parecia até um Skyhawk , caça que viria a ser adquirido anos mais tarde🤭para operar no Porta Aviões  Minas Gerais , o A 11).

Esse troféu representa a consagração esportiva pessoal deste Veterano ... na época dos “anos de chumbo “.

O Voleibol , acabou se consagrando em 1984 , (tendo iniciado a sua formação pelas mãos de Celio Cordeiro , Fuzileiro Naval nos “anos de chumbo”) conhecida como  geração de “Prata” do levantador Bernardinho e companhia.


Como amante de esportes mecânicos , como fui induzido por meu pai , não posso deixar de citar nomes que levantaram a Bandeira do Brasil pelo mundo afora neste tipo de esporte , como Emerson Fittipaldi ( Bi Campeão mundial de Formula 1 em 1972 e 74) 



 e Nelson Piquet ( Tri Campeão Mundial de Formula1 em 1981, 83 e 87).

Nos esportes da moda atual , tipo tênis a Maria Ester Bueno conquistou títulos de Grand Slam em 1964/ 65 e 1966.


Nas “artes marciais” Eder Jofre foi campeão mundial no Box em 1973.

Nos “ Anos de Chumbo”  , o povo brasileiro se acostumou a comemorar brasileiros que se impunham mundialmente em vários esportes . Depois que os “anos de chumbo “ foram extintos , tudo indica que o país que foi conduzido pelas “democraturas judiciais “ por caçadores de marajás , mitos , sindicalistas , antas e outros bichos , além de afundar economicamente preste a deixar o TOP 10 mundial , indicam que esportivamente chamam atenção pela atuação em novos esportes... mais adequados como Skate e Surf . Nos esportes tradicionais como Futebol , Basquete , Tenis , Box ,Atletismo, Natação... e até Corrida de carros , tudo indica que os “novos tempos “não sopraram bons ventos como aqueles que sopravam nos “ Anos de Chumbo “. Sinto saudade do meu pai “goleiro” ... do meu Padrinho Elito que me ensinou a atirar nos stands de tiro do Fluminense ... da minha Indian Papoose...da Égua ...e do  BL 18 / A 4 ITAIPU ... daquele tempo .

Nota do autor :


A primeira medalha olímpica do Brasil foi a de “prata” de Afrânio da Costa (atleta do Fluminense ).


A primeira medalha olímpica de “ouro” , foi de Guilherme Paraense ( oficial do Exército ).

As duas primeiras medalhas olímpicas que colocaram o Brasil no panorama esportivo mundial , foram conseguida na modalidade “ Tiro ao Alvo “ , na Olimpíada de Antuérpia em 1920 . Portanto , o “chumbo” sempre foi motivo de orgulho “esportivo” do Brasil ( mesmo fora dos “anos” dedicados a ele ).

Homenagem ao melhor time de futebol ( fora da Europa ) ... dos anos “ sem chumbo “.

“ Dá-lhe FLU “.


Carinhosos abraços ...do VETERANO Pirata Alado


Jornalzinho produzido pelos alunos do Colégio Naval em 1971 
 ( " Ano de Chumbo" )
 onde dizem que havia censura radical ...
SERÁ MESMO ???