Hoje acordei com lembranças “esportivas “ depois de ter acompanhado , pela televisão , a vitória do Fluminense ( que considero “meu time” porque foi o único clube de futebol do qual fui “sócio” por algum tempo ) e da derrota do Palmeiras , time de preferência da Sereia ( mesmo ela sendo “santista “ por nascença ... vá entender !!! ) , na fase quartas de final da milionária “Copa do Mundo de Clubes “.
Sereia Lincete...palmeirense ! 😂😍😘
Não sou um “torcedor fanático” do atual esporte profissional controlado por mídias variadas onde o que vale é o “valor” das premiações e o tempos de exposição “ marqueteira “ , em detrimento de sentimentos nacionalistas. Não sou contra ... só não gosto . Como VETERANO convicto , fui criado e me desenvolvi esportivamente , sob diferentes influencias durante os chamados “ Anos de Chumbo no Brasil “. O meu sentimento nacionalista (Pra Frente Brasil) _ prevalecia aos interesses pessoais / econômicos dos midiáticos políticos que judicialmente controlam a questionável “ democratura”, considerada “ pária “ pelos poderosos sobre a Politica Estratégica atual , no cenário mundial. No entanto, o assunto do momento , não é Politica ...e sim o Esporte!
Depois de alguns minutos de bola rolando, o goleiro de Cumbica bateu um “tiro de meta “ ( com força desproporcional ) que cruzou todo o campo de jogo , a bola quicou dentro da grande área do time do Parque e encobriu o goleiro ... “Meu pai “ ( que nem tocou na bola ). Eu surpreso , fechei os olhinhos envergonhados, mas escutei quando a plateia revoltada exigiu a substituição imediata do goleiro...que foi realizada . Essa foi a minha primeira decepção esportiva ( que talvez tenha causado o meu trauma infantil futebolístico ).
Passados mais de 8 anos desfrutando de moradia oficial no Parque Aeronáutico , meu pai foi obrigado a livrar o apartamento que ocupávamos e fomos morar num sobrado em Santana , próximo a unidade militar da FAB , onde meu pai continuaria trabalhando.
Agora em Santana , o tempo foi passando chegando a 1964 . Eu completava os meus 10 anos num país que passou, em março , a ser controlado por “militares patrióticos “ que botaram pra correr (sem darem um tiro sequer) uma cambada de políticos corruptos que se apossaram do país tentando torná-lo um “cachorrinho de madame “ de Estado Social/ Comunista (URSS) do período pós Segunda Grande Guerra , conhecido como Guerra Fria.
Esportivamente, me decepcionei em 1966 , quando pelo radio ( a televisão ainda não transmitia Copa do Mundo de Futebol) fiquei sabendo que o nosso Pelé , foi “quebrado “por um português em campos da Inglaterra. O Brasil , que já era conhecido economicamente como “Milagre Brasileiro “, saiu da Copa sem conquistar o Tri seguido.
O tempo corria rápido (como eu na minha Indian Papoose ). Meu pai passou para reserva da FAB e foi contratado para ser o Encarregado de Segurança do Jockey Club de São Paulo , depois de ter concluído a reconstrução de um Avião Executivo Aero Commander , de uma Empreiteira da época. Nos mudamos para Pinheiros , próximo ao Jóquei Club de São Paulo . Ele acabou tirando o brevê de piloto de avião e foi contratado pela Empreiteira como copiloto do avião que ele havia reconstruído.
Nos momentos de testes pilotando me embarcava e me ensinou a pilotar. Pediu demissão do Jockey Clube. Como a ” grana “ começou a entrar , ele agora piloto executivo , comprou no Jockey uma “égua’ de corrida profissional que não havia dado o “retorno” esperado pelos proprietários , e me presenteou.
A “Égua” (como a batizei ) era enorme , linda alazã, mas, treinada para corridas , de difícil controle para somente “passear pelo campo” . Levamos para o nosso sítio em Pilar do Sul que viria a se tornar o meu “Paraiso Perdido “ . Eu adorei ! Se a Égua gostava de correr ... passei a galopar com ela na pista de pouso que meu pai havia construído no nosso Sítio, onde aprendia a pilotar o Aero Commander. A caipirada da pequena cidade do interior paulista começou a desafiar , com seus “pangarés” a minha Égua e o adolescente “paulistano”, que a conduzia. Cheguei a pensar em me dedicar ao “ esporte” de “corrida de cavalos” ( bem remunerada) , depois que ganhei uns trocados dos caipiras que tiveram a coragem de apostar contra a Égua . Meu pai me convenceu a entrar para Marinha ( meu pai estava certo).Eu fui estudar num Colégio Público de referência de Ensino Publico no Estado de São Paulo , o IEFDP ( Instituto de Educação Fernão Dias Paes ), que consta do currículo de pelo menos um Presidente da Republica , um tal de FHC , que muitos anos depois começou a “quebradeira” das Forças Armadas , criando o “Ministério da Defesa “ nomeando um advogado ignorante militarmente para chefiar a Pasta ! Mas isso é outra História . O assunto continua sendo ... ESPORTE.
Neste novo Colégio , conheci um dos alunos , cujo pai, trabalhava com a família Fittipaldi no ramo automobilístico. Eu e a minha Papoose, passamos a frequentar o autódromo de Interlagos aos domingos acompanhando as atividades da família Fittipaldi e seus protótipos de corridas. Passei a adorar corrida de carros (mas na época só corria com a minha Égua).
Eu , então, aluno do IEFDP do FHC me iniciei esportivamente .
Em 1968 , houve uma competição interna de futebol de salão em homenagem ao Walt Disney ( não sei o porquê).Os times formados pelos alunos deveriam portar os nomes de personagens de Walt Disney. Havia o time dos Pato Donalds , dos Mickey s e assim por diante . Eu fui convidado pelos “repetentes “ mais velhos da minha sala de aula o 3° C (terceiro ano ginasial ) para atuar como goleiro ( posição traumática da minha infância ). Aceitei , meio por falta de opção, já que meus colegas eram mais “velhos “ ,,, e mais fortes . Eles escolheram um nome de personagem que exprimisse as características do nosso time e foi assim , que a minha primeira medalha esportiva foi obtida com o time do “Mancha Negra” . Vencemos todos os jogos disputados , sem que eu tenha sido “vazado”, nos tornando Campeões Invictos do torneio Walt Disney . Fui aclamado o melhor goleiro do IEFDP pelos alunos repetentes ( mais velhos e mais fortes). Vivíamos o ano de 1968 e o Brasil se desenvolvia a pleno vapor economicamente atingindo patamares de “sexta economia mundial”.
Além de bicampeão de futebol , o Brasil ostentava o bicampeonato masculino de Basquetebol, também ( por incrível que possa parecer hoje em dia ). Os meus colegas do Mancha Negra , também jogavam Basquete disputando o Campeonato estudantil paulista e por causa do meu sucesso como goleiro , me convidaram para fazer parte do time de Basquetebol do IEFDP .
Eu seria o catador de bolas , durante os treinos, torcedor no banco durante os jogos e jogador nos jogos fáceis , para descansar os titulares . Terminamos o ano escolar , como Campeões estudantis do segundo grau da Capital Paulista e perdemos para Franca ( campeã do interior) , a final estadual . Foi minha segunda medalha esportiva . Dois dos meus colegas de time seguiram carreira como profissionais no esporte , o Caviglia e o Samir . Eu preferi entrar para a Marinha .
Fiquei triste quando soube que meu pai havia vendido a motoca Papoose ... e a Égua , depois que numa tentativa de montá-la ( era muito alta e arisca) , ela empinou me derrubando de costas no chão duro no quintal da casa do “meu paraíso “, então com a casa que eu havia projetado , já construída pelo meu pai , que disse:
- Menino ... toma jeito ! você agora só vai correr de “navio” . não precisa mais nem de moto nem de égua de corrida ! (ele esqueceu do Fuscão e as curvas da estrada de Angra dos Reis ...kkk)Em 1973, me apresentei na Escola Naval. Como jogador de vôlei me animei em saber que o técnico de voleibol da EN , era também, o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei masculino , o Fuzileiro Naval Celio Cordeiro . Eu iria ser treinado por um “técnico de seleção brasileira “ . Ledo engano. Quando fomos apresentados a ele , fizemos um rápido teste , fui cortado em função da minha altura e principalmente pela “qualidade” deficiente no esporte. Fiquei decepcionado e preocupado, mas me orgulhei porque alguns amigos de infância , foram selecionados , inclusive o Meneses Cordeiro , que viria ser o 01 (Comandante Aluno ) da minha turma . Não estaria mais ligado a uma atividade esportiva que me permitia competir fora dos muros escolares . Avaliei todas as equipes disponíveis e cheguei à conclusão de que a Vela (ou Iatismo) seria o meu foco ( mesmo sem nunca ter entrado a bordo de uma barco a vela ) naquela época . Meu pai disse que eu só correria de “navio” ... por que não começar com um “barco a vela ?”
A Vela não exigia experiência anterior dos “calouros”, bastava que nós , nos dispuséssemos a lavar os barcos depois dos treinos . Isso eu sabia fazer e me dediquei (investimento de longo prazo ). Estudei o esporte e descobri que no Brasil havia tri campeões mundiais naquele esporte : Axel e Erick Schmidt. Que moravam em Niterói e se dedicavam a formar jovens para a prática do esporte. Quis o destino que ao longo dos anos , com meus irmãos por opção Paulo Ferraz e Lismar, nos dedicássemos ao esporte , além de habitantes do mesmo camarote, nos anos seguintes de Escola Naval .Chegamos a ganhar algumas medalhas em Regatas da Baía de Guanabara cada qual comandando o seu veleiro Soling , até que em 1976 , último ano de EN , nosso técnico veleiro , Fuzileiro Naval Robson Hasselmann ,( o Tio Bill) conseguiu um acordo com o Axel Schimidt para treinar nossa tripulação do Soling Itaipú numeral BL -18.
Iniciamos o treinamento , que por vezes , nos finais de semana , um sobrinho adolescente do Axel compunha a tripulação do Itaipu . Esse garoto hoje é conhecido pelo nome de Torben Grael , o maior iatista brasileiro , multe campeão mundial e olímpico , mais um produto dos “ anos de chumbo “ que tornou o país respeitado internacionalmente neste esporte considerado “eletivo “ mas que desenvolve projetos para comunidades carentes .
Naquele ano de 1976 , o Itaipu comandado pelo Axel e tripulado pelos Aspirantes da Marinha Lismar e Barreira , conquistaram o Quinto lugar do Campeonato Brasileiro da classe Soling .
Esse troféu representa a consagração esportiva pessoal deste Veterano ... na época dos “anos de chumbo “.
O Voleibol , acabou se consagrando em 1984 , (tendo iniciado a sua formação pelas mãos de Celio Cordeiro , Fuzileiro Naval nos “anos de chumbo”) conhecida como geração de “Prata” do levantador Bernardinho e companhia.
Nos esportes da moda atual , tipo tênis a Maria Ester Bueno conquistou títulos de Grand Slam em 1964/ 65 e 1966.
Nos “ Anos de Chumbo” , o povo brasileiro se acostumou a comemorar brasileiros que se impunham mundialmente em vários esportes . Depois que os “anos de chumbo “ foram extintos , tudo indica que o país que foi conduzido pelas “democraturas judiciais “ por caçadores de marajás , mitos , sindicalistas , antas e outros bichos , além de afundar economicamente preste a deixar o TOP 10 mundial , indicam que esportivamente chamam atenção pela atuação em novos esportes... mais adequados como Skate e Surf . Nos esportes tradicionais como Futebol , Basquete , Tenis , Box ,Atletismo, Natação... e até Corrida de carros , tudo indica que os “novos tempos “não sopraram bons ventos como aqueles que sopravam nos “ Anos de Chumbo “. Sinto saudade do meu pai “goleiro” ... do meu Padrinho Elito que me ensinou a atirar nos stands de tiro do Fluminense ... da minha Indian Papoose...da Égua ...e do BL 18 / A 4 ITAIPU ... daquele tempo .
Nota do autor :
A primeira medalha olímpica do Brasil foi a de “prata” de Afrânio da Costa (atleta do Fluminense ).
A primeira medalha olímpica de “ouro” , foi de Guilherme Paraense ( oficial do Exército ).
As duas primeiras medalhas olímpicas que colocaram o Brasil no panorama esportivo mundial , foram conseguida na modalidade “ Tiro ao Alvo “ , na Olimpíada de Antuérpia em 1920 . Portanto , o “chumbo” sempre foi motivo de orgulho “esportivo” do Brasil ( mesmo fora dos “anos” dedicados a ele ).
Homenagem ao melhor time de futebol ( fora da Europa ) ... dos anos “ sem chumbo “.
“ Dá-lhe FLU “.
Carinhosos abraços ...do VETERANO Pirata Alado