Hoje ,a beira da piscina na pousada da aprazível,pacata e progressista Guamaré – RN, em meio ao descanso regulamentar para cumprimento de alerta noturno (imposição da regulamentação offshore), sob efeito dos raios solares potiguar, fui assaltado (no bom sentido) pela constatação do prazer que a atividade aérea proporciona a seus profissionais.É verdade que a atividade tem o seu grau de risco, se considerarmos que o corpo humano não foi projetado para tal atividade, porem , imagino que por esta razão o prazer na execução da dita atividade se torna maior, por inusitado ou por desafio e pela sensação de perigo , tão presente no íntimo humano.Some-se a isso tudo, uma remuneração compensadora se comparada a outras atividades profissionais. Assim sendo resolvi deitar falação sobre um ultimo translado que fiz , desde Paracuru (a nordeste de Fortaleza) até Macaé(Meca do offshore na costa fluminense.)
Se pararmos para analisar,me pergunto: “- Quantas pessoas no mundo tem a oportunidade de correr grande parte da, privilegiada,costa brasileira, a bordo de um helicóptero , ou seja , voando em altitude e velocidade compatíveis com a observação das belezas proporcionadas pelo litoral nordestino ?”… Pois é pouquíssimas pessoas tem essa oportunidade e se adicionarmos a isso o fato de estar sendo remunerado, esse numero diminui mais ainda .Logo , sem a intenção de causar inveja a ninguém vou repartir esse prazer com os milhões de seguidores espalhados mundo afora.A aventura,ou melhor, a atividade profissional, começou em Paracuru, Para quem não conhece, se trata de uma aprazível cidadezinha do litoral cearense provida de belas dunas , um verde mar que se apóia em lindas praias onde a vida corre como em todas as pequenas cidades do interior brasileiro. Uma praça com sua bela igreja e seus habitantes daqui pra la e de la pra cá , sustentados pela economia gerada pelas atividades da Petrobras .
Decolamos de Paracuru com destino a Guamaré, litoral do Rio grande do Norte, onde fariamos uma inspeção de manutenção.Depois de cerca de 2 horas de vôo apreciando o recorte das praias e suas dunas, e passando ao largo da bela Fortaleza, avistam os parques eólicos de Guamaré.É uma visão interessante daquela gigante plantação de ventiladores que brotam da areia da costa tocados pelo refrescante brisa constante da região.
Depois de uma pizza , na já famosa pizzaria da Aninha(única da cidade)pernoitamos em Guamaré aguardando a inspeção do bravo EC-135 que nos carregava no lombo , tal qual um moderno jegue alado.
Inspecionado, lavado e pronto, nosso jegue alado decolou com destino a João Pessoa. Foi uma pernada interiorana pelo sertão árido nordestino mas brindado com chuvas intensas nessa época do ano .Na capital paraibana para abastecimento ,alguns tripulantes encontraram parentes que aproveitaram a inusitada escala para reverem familiares e apresentar a nossa máquina de transporte.
De João Pessoa seguimos para Maceió mantendo a beleza do litoral no visual. Mais um abastecimento e nova decolagem , agora com destino a Aracaju.Neste trecho me surpreendi com a beleza das falésia ao sul de Maceio. Não as conhecia , daí a agradável surpresa.O conjunto de cores formado pelas verdes higthlander tomadas de plantações de cana de açúcar que se rompiam abruptamente pelas falésias coloridas de roxo , vermelho, amarelo que se debruçavam nas areias brancas que recebiam as espumas das verdes azuladas ondas dor mar bravio.Simplesmente LINDA paisagem. Ao fim do vôo fomos brindados com um por do sol refletindo nas lagoas próxima a capital sergipana.Ao chegar ao acanhado aeroporto de Aracaju , um problema. Fomos comunicados pela Infraero sobre a impossibilidade de permanecermos no pátio em vista da realização do PréCaju,festa de carnaval fora de época que atrai gente de todo o nordeste , inclusive ricos fazendeiros e seus fatídicos jatinhos , helicópteros e avionetas.Após umas rápida negociação conseguimos uma quina de pátio para o descanso da nosso jegue alado.
No dia seguinte, Salvador! Depois de sobrevoar a já conhecida e famosa orla baiana pousamos no aeroporto internacional Eduardo Magalhães , já enfrentando o movimento aéreo dos grandes pássaros que trazem a gringarada em busca de descobrir o que a baiana tem.
Abastecido o kinder ovo decolou para Ilheus cruzando a Baia de Todos os Santos , tocando em terra em Morro de São Paulo, passando por Itacaré e chegando a terra de Gabriela cravo e canela.De Ilheus seguimos para Porto Seguro sobrevoando Comandatuba e seus infinitos coqueirais até Cabralia e a cruz da primeira missa . Abastecemos e seguimos para um longo vôo até Vitória, Depois das falesias de Trancoso , sobrevoamos algumas plantações de cacau,entramos numa interminável plantação de eucalipto qua abastece a fabrica de celulose da Aracruz.Chegamos a Vitoria já próximo ao por do Sol.
Novamente abastecidos,decolamos com destino a Macaé já com o sol se pondo atras das montanhas espalhando seus raios para o céu colorido.Passamos por Campos já a noite identificando as luzes que formavam , no meio da noite , um tabuleiro dinamico iluminado .
Finalmente a pista de Macaé se descurtinou a nossa frente indicando o fim da nossa estrada anunciando o cumprimento de mais uma missão.Pouso suave alegria por mais um trabalho realizado … e uma grande sensação de vitória….mais que isso….o prazer de ter voado.
Esse deslocamento me fez lembrar de tantos outros realizados em tantas outras partes do mundo, as vezes mais exóticas, mas não mais prazerosas,porque afinal,... o prazer está simplesmente ....na atividade em si ... e não necessariamente ONDE. ... Voar é bom demais .... pergunte aos pássaros !
Um grande beijo ...e se estiver estressado ....VAI VOAR!!
👇Filminho para distrair
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Pirata Alado