Caros amigos da Pirataria Alada...meu cordial “Hi!”
Há muito tempo prometo falar sobre a relação deste bom e
velho pirata (mais bom que velho...ou não),com o “precioso” liquido douradamente
refrescante conhecido como : “ cerveja” (ou “Beer”...como preferem os
gringos)... e particularmente a Budweiser (conhecida como a “king of the beer
“...ou Bud para os íntimos)
Essa história começa há alguns anos( para ser mais exato em
1998)quando ainda a pirataria alada tinha contornos oficias e este pirata que
vos fala ostentava a cobertura negra e a estrela dourada de Lince Lider
outorgados pela querida Marinha do Brasil.
Naquela época,tive oportunidade de desfrutar da convivência
com alguns “ases” da Aviação Naval do Tio Sam....e foi num barzinho da pacata
Key West que conheci o Lt Tom Cane’s Foot
,piloto de AV-8 da USNavy . Depois de alguma conversa mole ele me
apresentou a “Bud”.Confesso que foi um caso de amor ao primeiro gole!Naquela
época a Sereia de todos Mares (que respondia pela alcunha de Pi) e me
acompanhava como Primeira Dama da Caverna dos Linces, testemunhou esse caso de
amor e deu a sua benção nos momentos em que a minha atividade aérea ,
permitisse.
De Key West partimos para Pensacola, no litoral americano do
Golfo do México.Lá,no balcão voltado para o por do sol, no clube dos “ Blue
Angels”,foi onde consolidei o meu amoroso relacionamento com as
Buds,acompanhado pelos Top Guns dos Anjos Azuis e seus F-18s,admirando em
silêncio, a deslumbrante despedida diária do astro rei ao Golfo do México.Ao
final da cerimônia o tradicional brinde
regado a Buds:
“Arriba...Abajo..El Centro..y a Dentro!!!...GGRREEUUOOu!
(respeitoso arrôto)....AGA...Á “ (como
convém a todo bom pirata alado).
De Pensacola... ligação direta com San Diego e seus museus
navais. Ao admirar num dos parques a grande estatua que eterniza o beijo do
marinheiro na desconhecida enfermeira ao ser anunciado o fim da 2° Guerra
Mundial....brindei satisfeito...(logicamente com uma ... Bud).
Naquela época, descobri lá pelos USA que a tal de Budweiser
e a tal de Coca- Cola, alem de deliciosas ,
eram” ícones” da cultura popular americana
Alguns anos depois, já como pirata privado ativo (e
assumido) , eu não entendia porque, a bordo da Nau Pirata, tanto a Bud como a
Coca (Cola ...que fique bem claro), não eram bem-vindas.
Muito bem , dito isso...passemos a outro cenário..: Ano de
2008 a bordo da Nau Pirata(que naquela época era comandada por Sir Roy),
desfrutando das águas e sol , da
paradisíaca Polinésia Francesa.
Neste novo cenário,Sir Roy, sul africano com pinta e vontade
de ser inglês,era conhecido como “Pirata Roy .. o picareta”. Grande navegador
que navegava pelo Pacifico sempre com uma picareta na mão pronto a garimpar
tesouros alheios perdidos e enterrados nas praias da vida.
Foi num dia maravilhoso,depois de desfrutar das
transparentes águas do lago azul do paradisíaco e isolado atol de Temoe, no
arquipélago polinésio das Gambiers, que pousei o Sea Baboon na Nau e fui
recepcionado pelo captain Roy que rapidamente me comunicou :
“ We will to New Zealand !”.
Num primeiro momento ... pesar... por deixar a paradisíaca Polinésia...mas logo
resetei e virei minha atenção para o novo alvo ... a Nova Zelândia . Como não
conhecia aquelas ilhas da Oceania, fui pesquisar e descobri que o nome do país (Nova ZÉlandia...ou Nova Terra do Zé ... como
queiram) entre outras conjecturas, era uma homenagem ao meu bom amigo, ZÉ
Barreira (piloto sério de offshore) e sendo assim, fiquei feliz de desbravar
essa nova terra (e mares)
Navegamos sob mar de almirante até Auckland (capital da
Terra do Zé)e lá chegando recebemos a noticia que receberíamos a bordo o grupo
de “caçadores de peixes” que em outras oportunidades já haviam desfrutado das
instalações da Nau Pirata(equipada para fazer de tudo... até para ...não fazer
nada).Fiquei feliz com a notícia,até porque me era agradável a covivência com
aquele grupo brasileiro de caçadores de peixes que sempre prenunciava fartura
de Dourados grelhados e filés de Tunas
no jantar. Na falta das gringas Bud e Coca(Cola... claro..e proibidas a
bordo...não sei porque) para refrescarem os jantares, certamente teríamos as
brazucas Brahmas , Antárticas, Bohemias e etc alem do delicioso Guaraná
Antártica.
No dia seguinte, chegaram os três subaquáticos caçadores.:
Mais uma vez fiquei orgulhoso pela homenagem kiwi a outro
grande amigo meu.Desta feita a homenagem era dirigida ao Comandante Barreira
(aquele carrancudo milicão retirado de Marinha). Afinal a tradução de” Great
Barrier” ( a ilha para onde nos deslocávamos) é : “ GRANDE BARREIRA” ( meu bom
amigo carrancudo)
Levantamos âncora e nos dirigimos para a ilha do Grande
Barreira.La chegando fundeamos a Nau na enseada de Port Fitzroy a tempo de
apreciarmos um maravilhoso por do sol, enquanto os caçadores mergulhavam em
busca dos nossos jantares : ... os peixes.
Tudo estava perfeito e passei uma noite tranquila e agradável,
porem percebi que os caçadores de peixes estavam empenhados numa frenética
atividade de comunicações por meio de internet e telefones celulares durante
toda a madrugada.Como pirata que é pirata não se mete na vida de ninguém ...
dormi o sono dos justos.
O dia seguinte amanheceu completamente fechado na enseada
Fitzroy. Chovia uma chuva fina e o teto das nuvens não ultrapassava 300 pés. Era
uma visão triste que não nos permitia curtir as belezas naturais da ilha, mas
prenunciava um dia de meditação profunda sob os braços de Morfeu, se não fosse
a frenética atividade de contatos telefônicos e virtuais exercida pelos
caçadores de peixes.Em determinado momento , o Chefe,entrou no meu camarote e
determinou:
“-Pirata...o Beard tem que ir para o aeroporto de Auckland
para pegar o avião e decolar imediatamente para os USA !! “
... e completou com a pergunta :
“Voce acha que dá para levá-lo para Auckland no Sea Baboon
??”
Meio surpreso com a missão recebida e tentando responder a
pergunta, dei um pulo do beliche e fui avaliar” in loco” as condições
meteorológicas .Considerando que o seaBaboon não é um helicóptero preparado
(nem homologado) para voos por instrumentos, só me restava o voo visual e para
tal, teria que voar abaixo dos 300 pés (base da nuvens).Ao comunicar ao captain
Roy a minha missão recebida , pedindo que preparasse o convés de voo para
lançamento do Sea Baboon, ele alegou que não faria nada porque aquele voo não
seria possível , aquela hora, porque o aeroporto de Auckland estava fechado
para voos visuais.Nesse momento iniciou-se uma discussão sobre a realização da
missão. Aleguei que iria decolar sozinho para avaliar as condições de
visibilidade fora da enseada e caso julgasse o voo possível voltaria para bordo
e decolaria com o passageiro para Auckland e lhe deixaria numa praia próxima
com capacidade de pegar um transporte rodoviário para o aeroporto.(No meu
íntimo , eu sabia que uma solicitação do Chefe, naquelas condições , só poderia
ser algo muito importante , caso contrario ele não a faria).Quando a discussão
, entre este pirata que vos fala e o Roy Picareta tomava rumos hostis, surge o
Mike Tango (o Beard) e determina:
“- Vamos decolar e fazermos uma avaliação das condições
juntos...se você Pirata Alado ,achar que não é viável... retornamos... se você
achar que tem condições ... prosseguimos !”
Diante dessa ordem,o Captain Roy saiu muxoxando e preparou o
convés de voo para decolagem do sea baboon.
Decolamos ,eu e Beard.Mantive 200 pés com 100pés setado no
radar altímetro,com visibilidade restrita.(me lembrei dos bons tempos de Super
Lynx quando executávamos planos de ataque a baixa altitude).Meu plano era, voar
entre 100 e 200 pés mantendo condições de voo visual , tentando visualizar a
ilha de Little Barrier ,distante cerca de 15 milhas do barco...de la mais 15
milhas para o litoral da North Island da Nova Terra do Zé, e ao atingir o
litoral desembarcar o Beard para pegar uma condução terrestre para Auckland.Não
foi preciso. Ao atingirmos uma praia no litoral me lembrei de uma famosa frase
de um velho (e sábio) companheiro NAVAL do ninho das águias em São Pedro
D’aldeia , o tio Ney,que dizia :
“- Me dê uma praia e chegarei ao Alaska !”
Não precisei ir tão longe.Com a praia no visual ,voei
“praiodrômico” a baixa altitude e cheguei a Auckland em segurança, pousando no
heliponto de Machanic Bays (um helicentro litorâneo da cidade) .De lá, Beard
pegou um taxi e escafedeu-se apressado para o aeroporto.Eu ,fui para um hotel
porque voltar para a Nau naquelas condições .... “nem pensar “ !
Passei uma excelente noite desfrutando do merecido descanso
por mais uma missão cumprida em segurança, instalado num dos vários bares no
entorno da marina de Auckland e observando os milhares de veleiros e seus
tripulantes kiwis e claro , degustando um suculento filet de Angus grelhado com
batata frita , brindando com uma Bud ..a mais um emocionante dia na vida de
pirataria alada.
O dia seguinte amanheceu deslumbrante. Acordei tarde no
hotel e fui para o café da manhã. A televisão estava ligada e mostrava imagens
de um telejornal internacional. Em dado momento, uma manchete me chamou
atenção: “- Brasileiros adquirem um ícone americano ...a Budweiser!..e a imagem
que ilustrava a reportagem era a do Mike Tango (o Beard)sorrindo. Me aproximei
para ouvir os comentário na televisão e fiquei pasmo quando ouvi o repórter
anunciar que um grupo de brasileiros acabava de assinar a maior transação
privada no mundo adquirindo a Anheuser-Bush , grupo americano proprietário da
cerveja Budweiser (um dos ícones da cultura americana) , tornando-se assim a
maior cervejaria do mundo .As imagens mostravam um feliz caçador de peixes
Beard (que no dia anterior eu havia transportado da Nau para Mechanic Bays)
apertando a mão de um carrancudo Mister Bush IV selando a transação .
Fiquei orgulhoso!Terminei meu café,consultei a meteorologia, peguei o SeaBaboon e voltei
para Nau com uma agradável sensação de vitória por uma missão importante
cumprida.
Ao pousar na Nau, percebi o clima alegre de vitória. Quando me
dirigia para meu camarote cruzei nos corredores com o Chefe. Contidamente
sorridente ele me cumprimentou e me convidou para um brinde na sala estar. Ao
chegar, me surpreendi com a presença do Big Boss. Me foi oferecido um copo de
cerveja e reparei pela primeira vez a
bordo da Nau uma garrafa de Budweiser repousando, em destaque, sobre a mesa...e
brindamos em bom português brasileiro:
“- SAÚDE !!”
(tim-tim)
...intimamente desejei àqueles caçadores de peixes (agora
proprietários da maior cervejaria do mundo)... muito sucesso! ...e fiquei
imaginando que na próxima missão desses caras a bordo da Nau ....quem sabe não
estaremos brindando com ...Coca-Cola ???!!!
Hoje meio retirado das aventuras piratescas do bem, devo
dizer que me sinto honrado por ter
convivido e aprendido muito com esses três caçadores de peixes : o
Jotapê, o Mike Tango e o Chefe. Alem de matarem muitos peixes, esses caras
sempre foram muito corretos, leais e competentes em tudo que fizeram até onde
me coube observar.
A eles (e a Bud) , ...o meu mais respeitoso ...desejo de
sucesso e vida longa....
Aos meus caros seguidores...espalhados pelo mundo ...um
beijo na bunda.
OBS:
“O texto acima é a
mais pura ficção fruto da imaginação de um pirata alado (não merecendo nenhuma
credibilidade). Qualquer semelhança com fatos e pessoas é uma mera
coincidência”
Grande Pirata, sua história com a Budweiser vai muito além de papo de boteco!..rsrs
ResponderExcluirGraças ao seu vôo "praiaodrômico" agora a Bud é uma das nossas!
beijos!
Querida fiel seguidora.
ExcluirDiz a lenda que nos primórdios ainda na era dos Dinossauros, um bravo pássaro , o "gaibú" (mistura de gaivota com urubu) desenvolveu a técnica do" vôo praiodrômico ". Dessa forma essa rara espécime alada , sobreviveu às grades catástrofes que assolaram o mundo desde então . Eu, como privilegiado observador,adaptei a técnica a minha atividade ,o que me permitiu algumas vezes resgatar a vida humana em locais de difícil acesso em condições de meteorologia adversa. Desta feita, não foi o resgate de uma vida humana , mas de resgate do orgulho nacional representado pela parcela séria do empresariado brasileiro . Sinto orgulho de ter contribuido de alguma forma.
obrigado pelo seu comentário.
Beijo do Pirata