quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Pirata... e as Aeronaves

 

As Aeronaves

 Amigos da Pirataria Alada...meu cordial  ...Olá

Em tempos deste “Feliz Ano Novo” de 2022 com o maldito vírus “coroado” sofrendo mutações enchendo o saco de todos além das águas que vem do céu causando tragédias na terra , mantenho meu tempo sendo consumido por lembranças de tempos menos eleitoreiros movidos pelos seres humanos , e menos trágicos movidos pela natureza. Escrevendo as histórias (e algumas estórias)   me deparei com uma ferramenta presente em muitas das publicações que contribui . Este ponto em comum , é a citada fermenta ( aeronave helicóptero), uma tem  nome de batismo outorgado por mim mesmo: Sea Baboon !. Muitos me perguntam por que Sea Baboon ? Eu explico :

“Para quem não sabe Sea Baboon é o nome que batizei um dos helicópteros que pilotei durante a minha vida profissional de piloto executivo. Ele é uma máquina do modelo AS350 B2 projetado pela antiga Aérospatiale (hoje Airbus) , francesa e montado pela subsidiaria brasileira Helibras. Essa aeronave foi adquirida por um grupo empresarial para operar a bordo de um “Super Yacht”(Karima) privado com capacidade de operar helicópteros de pequeno porte tendo inclusive hangar para manter a “ferramenta” nas melhores condições de preservação e manutenção. Essa ferramenta era utilizada principalmente para transporte e lazer dos proprietários e seus convidados , além de apoio logístico ao barco e eventualmente evacuações aero médicas se necessário.
 Quando foi adquirido sob minha responsabilidade técnica , foi estipulado pelo proprietário que a cor seria um verde acinzentado (mesma cor do Karima) . Julguei essa cor como sendo uma mistura de verde oliva do Exército Brasileiro , com cinza ardósia da Marinha do Brasil. Era quase uma camuflagem. Inicialmente me senti a vontade como militar veterano , no entanto preocupado com a “camuflagem” caso fosse obrigado a pousar no mar ou em terra em emergência. Seria mais difícil para os órgãos de socorro verem a “ferramenta” em apuros camuflada. Depois de uma argumentação com o proprietário , obtive êxito conseguindo pintar uma parte da ferramenta com cor “chamativa”. Seria um alaranjado na cauda da ferramenta. Portanto seria (e foi ) um helicóptero cinza esverdeado de cauda e cabeça do rotor alaranjado. Pode ser para alguns , um gosto estético questionável , mas me deixou satisfeito. Esta ferramenta teria como missão “saltar “ de um lado para outro tal um macaco. Teria a cauda (ou bunda) vermelho alaranjada, tal um macaco babuíno. Operaria principalmente sobre o mar, tal um macaco babuíno marítimo ( se existisse). Teria a matrícula de Bermuda (ex-colônia inglesa) tal a bandeira do Karima de tripulação internacional. Então, nada mais justo que batizá-lo de Sea Baboon ! (O Babuíno do Mar). Ninguém gostou (nem o proprietário) mas foi assim que a ferramenta passou a ser chamada por todos e ficou internacionalmente famosa.

Explicação nominal feita , passemos a falar sobre a máquina AS 350 B2 ... VP-BFL...a Sea Baboon.(assim mesmo , de gênero feminino “A aeronave”, como eu a tratava).)



Quando o proprietário comprou o Karima na Itália ele operava com um AS 355 bimotor, vermelho.
(nunca gostei muito desta cor , normalmente associada na aviação a "emergência" )

 A Marinha havia recebido 11 helicópteros desse modelo na Aérospatiale , na França em 1986/7, num contrato de aquisição , portanto eu já era qualificado no modelo (logo, conhecia a máquina) e não gostava das suas características de voo, principalmente da sua potência em condições de clima quente, além do peso com 2 motores e equipamentos duplicados para ser homologado IFR (voos por instrumento o que exigiria também , duplo comando e dois pilotos) na época. Dessa forma , o proprietário me deu liberdade de escolher o helicóptero que eu achasse mais conveniente para o tipo de operação para a qual seria utilizado.

Eu havia passado por uma experiência , quando Chefe da Polícia Naval da Capitania dos Portos do Estado de São Paulo , em 1997 durante a enchente do Vale do Ribeira. Fui encarregado de chefiar o grupo de resgate aéreo que era composto de várias aeronaves da Marinha , da Força Aérea e da Polícia Militar do Estado. As aeronaves sob minha coordenação eram do tipo AS 350 montadas pela Helibras a exceção da AS 355 da Marinha . Foi uma tragédia com número baixo de mortos , muito em função dos resgates aéreos executados pelos helicópteros. Sendo qualificado no modelo 355 , pude observar melhor a situação, como copiloto em alguns resgates . Baseado em Registro, pude admirar a capacidade daquela aeronave em condições diversas , tanto quanto a resistência , facilidade de manutenção e eficiência operativa em geral comparada aos 350 dos outros operadores.

Recordando desta experiência e conversando com colegas de Marinha que operavam essas aeronaves no HU-1 (Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral ) , me decidi por 350 , no seu modelo mais potente analógico , o B2. A modernização digital do B3 não me atraiu devido aos problemas eletrônicos que poderiam ser gerados no ambiente úmido salino onde iriamos operar, baseados num iate permanentemente no mar. Foi a decisão correta , o hangar do Karima havia sido projetado para ela.

Outro fator que contribuiu para a decisão , foi a grande rede de assistência técnica espalhada pelo mundo , uma vez que essa aeronave é operada em todos os cantos , seja por Forças Armadas ou Policiais, além de atividades civis (comerciais e executivas) dos mais diversos países.

As atividades da dupla (Pirata Alado & Sea Baboon) foram iniciadas com operações a bordo da Nau Karima no Mar Terreno do Mediterrâneo próximo a costa italiana. De lá seguimos para as ilhas gregas no Mar Egeu. Estreamos os voos sobre a mítica Mikonos. Foi inesquecível, tanto pelo visual quanto pela facilidade de operação a bordo. Várias outras ilhas gregas se seguiram, inclusive a impressionante Santorini , que emprestou seu aeroporto internacional para o primeiro pouso para transporte de convidados para o Karima.

Do Egeu, a dupla, continuou a escrever a história no Adriático, nas Baleares e por todo o sul da Europa naquela primeira temporada de verão. Nesse período enfrentamos algumas tempestades e nos safamos muito bem, até numa tempestade de neve no início do inverno na Cote D’Azur. No inverno permanecemos operando na Suíça sob muita neve . Com a chegada do verão a dupla se deslocou da Suíça até a Inglaterra ultrapassando os Alpes a 12 mil pés e cruzando o Canal da Mancha até pousar em Stansted próximo a Heathrow nas cercanias de Londres. Ao regressar ficamos baseados em Cannes na França. No final do verão Europeu de 2006 deixamos o Mediterrâneo com destino as Canarias no Atlântico. De lá a Sea Baboon cruzou o grande Oceano até a América do Sul fazendo uma parada esportiva piscosa na ilha de Ascensão , a bordo do Karima.

Na América do Sul , partindo de Vitória, a dupla encarou tempestade de granizo, além das torrenciais tempestades de verão no hemisfério Sul até curtir a gelada Patagônia pontuando em Ushuaia e Punta Arenas. De Punta Arenas , passando por Santiago encaramos o Deserto do Atacama , com sua secura extrema e muita areia em elevação diminuindo a visibilidade , por 7 horas de voo até pousar em Iquique, extremo norte do deserto chileno.
(👇filminho sobre esse período)
https://youtu.be/cvWZ8wpuXj8

Da América do Sul seguimos pelo Grande Oceânico Pacifico para operar na Polinésia Francesa e suas inúmeras Ilhas. Foram voos deslumbrantes em pelo menos 2 temporadas. Voamos muito na Nova Zelândia até nos aventurarmos no Sudoeste Asiático , estreando pela Tailândia, seguindo para a Malásia e posteriormente para as ilhas de Andamã e Nicobar na Baia de Bengala, pertencentes a Índia. Da exótica e burocrática Índia, seguimos para a linda e mulçumana Maldivas com intenções de cruzar por meio do Mar Arábico para a África do Sul , curtindo no caminho as Seychelles e Madagascar. Infelizmente a atividade dos piratas da Somália em 2009 fizeram com que o Proprietário desistisse da África nos enviando para  Austrália. Essa decisão tornou possível que fizéssemos meia volta , na volta ao mundo e fossemos para a diversificada Indonésia.

A temporada da Indonésia iniciou na Ilha de Borneo. La o calor e a umidade da floresta famosa, testou a capacidade do Sea Baboon de resistir as condições semelhantes às da nossa Amazônia( coisa que a Marinha do Brasil já realiza há muitos anos ). Mesmo nesta ilha isolada encontramos apoio técnico para uma inspeção de manutenção no Sea Baboon.  Na Indonésia a dupla teve oportunidade de conhecer além do macaco  Probocis de Borneo (primo do Sea Baboon), o dragão de Komodo tendo sido o primeiro helicóptero a pousar naquela área proibida preservada por conta do seu dragão. Conhecemos os milhares de morcegos gigantes de Satonde , em sobrevoo ao Karima. Entramos na cratera do vulcão de Tambora a 12 mil pés e conseguimos sair não tornando o Sea Baboon um monumento dentro do vulcão. Nos despedimos da Indonésia curtindo a Copa do Mundo de futebol de 2010 em Bali , indo para a Austrália. Foi o ponto final da dupla Pirata Alado & Sea Baboon.

No grande , lindo e alegre país ilha dos cangurus , a Austrália, muitas coisas aconteceram . Uma grande inspeção realizada na Eurocopter (antiga Aérospatiale) de Brisbane, com cumprimentos dos técnicos , pelo estado de manutenção em que se encontrava  o Sea Baboon. Fiz um grande amigo australiano que muito me ajudou na lida profissional. Fiquei maravilhado com aquela ilha , que na minha opinião tem um padrão de vida típico dos Americanos do Norte, cultura dos seus colonizadores britânicos e alegria típica de povos tropicais como os brasileiros. O único problema da Austrália , é a sua distância do Brasil (do outro lado do mundo). Esse fator e o nascimento da minha única neta determinaram a separação consensual da dupla. Assim foi colocado o ponto final na história deste , vitorioso, aventureiro e agradável relacionamento entre o Pirata Alado e a “raçuda” Sea Baboon.


Que me perdoe a minha querida companheira de aventuras , a Sereia Pi, mas tenho que confessar o meu amor por essas máquinas que classifiquei certa vez como “ ovos que voam”.



Desde a infância tenra desenvolvi um sentimento amoroso infantil pela aeronave Bell Jet Ranger ( onde fiz meu primeiro voo). Era uma demonstração do fabricante para oficiais da FAB no Campo de Marte. Tive o privilégio de ser aceito num dos voos quando ao final o piloto me batizou de “Baby Bell” por ter sido a primeira criança do mundo a voar naquele tipo de helicóptero em 1962 . Posteriormente , em 1980, a Marinha me ensinou a controlar aquele ovo que voava selando a minha paixão por aquela máquina. Ficou registrado que o meu primeiro amor , foi uma aeronave americana, mas durou pouco. A mesma Marinha me apresentou o meu maior amor, a aeronave Westland Lynx WG13, conhecida na Marinha como SAH-11 Lynx.


Essa aeronave me conquistou instantaneamente. Foi paixão à primeira vista. Era linda , nos esplendor da sua tenra juventude. Era guerreira temida. Forte , potente , rápida , ágil e imprevisível. Como todas jovens, apresentava problemas de formação surpreendendo aqueles que tentavam dominá-la. Foi um relacionamento intenso e passional. Era inglesa puro sangue. Me fez esquecer rapidamente a minha paixão adolescente americana.


 Depois de algumas DRs ( discussões de relacionamento) comuns em qualquer relacionamento amoroso , a Marinha nos separou. Fui mandado para a França e lá flertei com algumas francesas, mas jamais esqueci a minha paixão inglesa (meu verdadeiro amor) . Quando voltei da França reativamos o relacionamento  e acabamos nos unindo em 1998. Ela estava mais linda e poderosa agora conhecida como AH-11A Super Lynx. Nosso relacionamento íntimo foi rompido quando sai da Marinha e caí na vida civil . Ela não podia me acompanhar ... era uma aeronave militar.

Logo comecei a namorar uma francesa novinha a aeronave Colibri EC 120. Era jovem , linda e charmosa, mas não tinha a força e agilidade do meu amor verdadeiro. Tivemos um bom relacionamento , até ela me apresentar a prima : a aeronave AS350B2 Écureuil , também francesa. Ela já de uma idade madura, experiente e confiável. Logo nos tornamos amantes. Foi um período difícil . Tive que controlar as duas francesas, mas o tempo comprovou toda qualidade da Écureuil ...a batizei de Sea Baboon ...e foi minha inseparável amante aventureira  por 5 anos ... mas no fundo , nunca consegui esquecer meu grande amor ... ela me inoculou com seu sangue ... o “sangue de Lince”. O sangue dos outros animais , tanto da garça como do esquilo, além de colibris, golfinhos e pumas ainda circulam pelo meu corpo , mas nada que se compare ao efeito do sangue de lince. Depois de me afastar  da Pirataria Alada ativa, ainda flertei com outras francesas do tipo EC-135 ... mas nada me emocionou . Elas eram muito regradas e não me proporcionaram nenhuma emoção. Pareciam até meio prostituídas . Pegavam qualquer um.

 







Consultando a Internet me deparei com esta informação que copiei de um site aeronáutico.

Entre inúmeros recordes, a cidade de São Paulo acaba de incorporar (em 2021) mais um. É a campeã em frota de helicópteros no mundo inteiro. O dado é da Abraphe (Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero). Segundo o levantamento, publicado oficialmente, a cada 45 segundos um helicóptero pousa na capital paulista. O movimento é tão intenso que a FAB (Força Aérea Brasileira) criou um sistema inédito para garantir a segurança desse intenso tráfego. Com isso, é também a única cidade do mundo que possui um controle de tráfego aéreo exclusivo para helicópteros. O Brasil está à frente de países como México, Venezuela, Argentina, Colômbia e Chile, no que diz respeito ao mercado de aviação executiva na América Latina.

Se é verdade , ou não ...não posso afirmar, mas me senti orgulhoso por ter feito parte desta estatística. Afinal , nasci e trabalhei nesta atividade da minha megalópole. (algumas vezes acompanhado do meu grande amor)



Assim , gostaria de homenagear a novíssima  geração , no estado da arte , de “WILDCAT”. Essa aeronave , de sangue anglo atalianado que estão invadindo a “Caverna dos Linces” estão começando a escrever um novo capítulo no HA-1. Se souberem honrar o legado deixado pelo meu grande amor , dedicarei respeito e reconhecimento por essa “sex” iniciante tecnológica. No entanto parece que a tecnologia avança tanto que em breve os “réles” mortais que se candidatam a dominá-las podem tornarem-se “supérfluos” sendo substituídos por “jogadores de vídeo game”.  O tempo dirá. Enquanto aguardo o curto tempo que tenho disponível, já garanti que a verdadeira História do HA-1 se perpetue por meio deste moderno equipamento (a INTERNET), antes que os antigos meios de comunicação (e instrução) : “os livros “ se queimem com o tempo.

GOD SAVE THE QUEEN ( and pirates )


https://youtu.be/bC8S55exogY


6 comentários:

  1. Fazer uma volta ao mundo com essas características narradas só cabem a um bom Pirata Alado, como vc. Acredito que vc hoje tenha a sensação do dever cumprido. A jovem rebelde, imprevisível e temperamental Lince também deixou marcas em outros Piratas, acredite. Muitas emoções a lembrar.... Abçs!

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    1. Caro Compa, você como poucos entendem as características da nossa rebelde "Lince". Assim ela conquistou corações. Evoluiu , se modernizou , se tornou mundialmente respeitada e ultimamente (depois do casamento italiano ) mudou de nome. Confesso não saber se essa mudança afetou sua marcante personalidade mas, independente disso permaneço fiel a ela dos tempos de solteira , a "Guerreira Puro Sangue Britânica" indomável que só respeitava aqueles que se dedicavam com amor a ela. Resistiu dignamente a invasão dos "chips"... e dignamente, assim como o mundo moderno, capitulou aos interesses que hoje dominam o Universo.
      Mesmo triste eu entendo ... e sei que estará eternamente tatuada no coração de vários guerreiros que tiveram o privilégio de "desfruta-la".
      Obrigado pelo comentário...meu amigo.
      Forte abraço

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  2. Espetáculo poder conhecer vários países trabalhando no que se gosta, com muita competência e experiências, e ainda tendo por perto muitos amores rsrsrs
    Continue nos contando as suas aventuras.

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    1. Caro "Unknown"
      Obrigado pelo seu comentário elogioso. Realmente viajar é um espetáculo. Nas condições que tive oportunidade , considero um privilégio. Os "amores" se desenvolvem por vários fatores. Quando se ama uma máquina fica mais fácil de explicar.... se não for maquina aí .... é complicado.
      As aventuras que ainda sobreviverem na minha memória serão sempre compartilhadas.
      Até breve.
      Um abraço

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  3. Parabéns amigo Barreira. Uma descrição das sus aeronaves digna do seu cabedal literário. Aquela nossa foto com o AS 355, Ecureil, na Aerospatiale me remeteu a um passado maravilhoso. Nossa odisseia no GFRHF, em Marignane. Parabéns por mais esse "mot" que você escreveu.
    Athayde

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    1. Muito obrigado amigo Athayde.
      A foto foi escolhida a "dedo " pensando em você e em todos que participaram do importante processo desenvolvido no GERHF. Aquela comissão na França foi muito importante para eu desenvolver a minha opinião sobre as características das várias aeronaves que tive a oportunidade de usar como "ferramentas" profissionais. Procurei não detalhar muito , para não me tornar enfadonho tecnicamente , em respeito aos leitores "aventureiros". Coisa de Pirata.
      Obrigado pelo seu comentário. Quando publicar seu excelente trabalho sobre a história do GFRHF, me avisa. Terei imenso prazer em divulga-lo.
      Forte abraço

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Pirata Alado