Há alguns anos, conheci um cidadão, numa
reunião de veteranos em Las Vegas, que se apresentou como Coronel do Exército
israelense, ex-agente da Mossad e atual proprietário de uma empresa de
segurança particular especializada em proteger bilionários.
Pois bem , esse senhor na época tinha em torno de uns 60
anos e me contou, entre um gole e outro de Budweiser, a seguinte história:
“...Eu estava no Brasil contratado por um Senhor , cujos filhos haviam acabado de sofrer uma tentativa de sequestro em São
Paulo. O carro blindado dos filhos teria sido fechado numa rua sem muito
movimento no Jardim América em São Paulo. Os sequestradores mandaram o motorista abrir a
porta ameaçado por metralhadoras e ao invés de cumprir a ordem , o motorista
acelerou pra cima dos sequestradores que abriram fogo atingindo
o carro blindado que conseguiu fugir para uma aérea movimentada da
cidade ,salvando as três crianças, filhos do meu contratante, que não estava no
carro. Essa tentativa de sequestro chegou a ser noticiada na época, mas logo
saiu das páginas dos jornais porque o contratante em questão nunca fez questão
de ter holofotes da mídia.
Esse contratante tinha mais dois sócios que também ficaram
preocupados com a segurança das famílias num país violento como o Brasil. Em
função disso resolveram procurar os serviços de segurança privada num país de
renomada reputação nesse tipo de serviço...e assim a minha empresa , foi
contratada.”
Ao chegar no Brasil
tomei conhecimento dos detalhes do sequestro e disse ao contratante que
para fazer um plano de segurança para ele e seus sócios, queria passar uns 2
meses conhecendo as atividades das três famílias e conhecer todos os empregados
mais próximos e que tinham atividades permanentes , já que acreditava que o
atentado teria acontecido a partir de informações de algum desses empregados. Além
disso o plano de segurança seria não ostensivo e estanque o que significaria,
que os agentes contratados não seriam identificados como tal e as informações
dos empregados seriam monitoradas.
Um dos sócios tinha por hobby a caça submarina e para tal fazia uso de além de uma lancha catamarã de 50 pés muito rápida e um helicóptero colibri recém adquirido onde ele fazia uso nas temporadas de verão em sua casa em Cabo Frio. O planejamento de segurança, dessa atividade, envolvia conhecer o comandante da lancha e o comandante do helicóptero, muito próximos do contratante. Assim, pedi para participar de uma pescaria padrão para observar os dois funcionários em questão.
Ao chegar em Cabo Frio, me surpreendi com a execução de
briefing na véspera da pescaria que fora marcada para o dia seguinte ao nascer
do sol...e mais ainda, como a pescaria seria realizada com um helicóptero e
onde seria realizada.
No briefing de
planejamento apresentado pelo comandante do helicóptero com a participação do
comandante do barco, assistido pelo contratante e por mim, fiquei sabendo que a “caça submarina” seria executada a
cerca de 50 milhas da costa, e pior , numa área proibida...na Bacia de Campos,
área petrolífera controlada e interditada a voos não autorizados pela Petrobras
e pela ANAC...além de proibida a aproximações de embarcações pela Marinha.
Ao saber desses detalhes da operação perguntei: por que pescar numa área tão controlada e
complicada?
A resposta veio do contratante: se você pretende bater
recordes de caça submarina tem que pescar num lugar onde ninguém mais pesca !
Assim o briefing continuou e fiquei sabendo que teríamos
que pular do helicóptero na água, e pra isso passaria por um
rápido treinamento em terra antes de embarcar na aeronave ao nascer do sol do
dia seguinte. Fiquei sabendo também que o barco estaria posicionado a cerca de
5 MN da plataforma mais próxima (no limite externo sul da Bacia de Campos), e
contra o sol para evitar a identificação da matrícula do helicóptero que teria
voado a 50 pés da agua , com transponder desligado, para evitar a detecção do
radar de controle de trafego aéreo de Macaé que controlava o trafego de
helicópteros offshore portanto com ângulo de antena otimizado para detecção
acima de 1000pes.
Findo o briefing todos foram dormir se preparando para a “pescaria proibida” do dia seguinte.
O dia seguinte amanheceu com um problema: Uma camada
espessa de nuvens colada ao mar chegando a 100 pés no topo, o que impedia a
visualização do mar mesmo com céu limpo acima.
Não demorou muito para o comandante do barco, já posicionado antecipadamente, chamar o helicóptero, que ainda não havia decolado, numa frequência previamente combinada usando códigos cifrados, dizendo que na posição estava tudo coberto e sem visibilidade para fazer o desembarque aéreo dos pescadores.
Nesse momento todos os participantes ficaram de acordo em
fazer uma tentativa já que o voo duraria cerca de 30 minutos. Nesse tempo as nuvens poderiam se dissipar com o aquecimento solar, ou abrir algum “buraco” que
permitisse a visualização do barco pelo helicóptero. Ficou acertado que caso
isso ocorresse na próxima meia hora o barco se posicionaria sob os raios
solares que certamente estariam penetrando na camada de nuvens e passaria a
posição GPS para o helicóptero. Não entendi nada, no momento, por que todo esse
acerto foi feito no idioma português que eu não dominava. Só depois me
esclareceram.
A aeronave decolou...e por cerca de 20 minutos voou a 100
pés raspando o topo das nuvens em total silencio radio e eletrônico .... até
que o rádio soou : “colibri...tubarão...buraco ....(números cifrados
correspondentes a LAT/LONG posição GPS) ...
A resposta foi apenas dois toques do gatilho rádio do
cíclico!
10 minutos depois o helicóptero penetrou num buraco nas
nuvens visualizando o barco, baixou para 25 pés da água e em menos de 1 minuto nós
dois ( o contratante e eu) pulamos do helicóptero no mar ...e ao subir para
superfície ... fizemos sinal de ok !... o helicóptero decolou e desapareceu no
meio das nuvens. Nadamos até o barco e passamos o dia “caçando “ peixes sem
maiores problemas. Regressamos para Cabo Frio ,ao por do sol na rápida lancha
catamarã
A noite , no jantar na casa do contratante, os 4 homens degustavam um delicioso dourado na brasa (pescado
no dia) regado a vinho de primeiríssima qualidade...Eu impressionado com a
precisão da operação, coronel do exército
israelense e ex mossad pedi a palavra e ofereci um brinde a operação que havia
participado dizendo em inglês...: ”poucas vezes eu vi uma operação tão bem
preparada e executada no meu pais ...parabéns !.. CHEERS!”
Todos brindaram...mas o piloto não bebeu o vinho porque
teria que estar pronto para voar a qualquer hora ...se fosse necessário.
Quando parecia que não haveria mais manifestações o
orgulhoso contratante levantou-se e propôs um novo brinde...agora em português :
Um brinde a
Marinha do Brasil ...em particular ...ao esquadrão HA-1...e olhando para o
piloto ergueu a taça....e disse SAUDE !
Não entendi nada ....mas brindei ....SAUDE ! “
Após ouvir a emocionante história do meu novo amigo Veterano israelense , tomei um longo gole de Budweiser ... brindamos...novamente SAUDE . Meu pensamento me transportou à São Pedro da Aldeia.....
AVISO AOS NAVEGANTES :
Esta estória é pura ficção , produto da mente criativa de um pirata que não tem o que fazer e se diverte inventando estórias, não devendo ser levada a sério.
Qualquer coincidência com pessoas ou fatos reais é apenas uma mera coincidência
Eita que esse é o meu amigo!!!!
ResponderExcluirMeu amigo "Unknown"
ExcluirObrigado pelo seu comentário.
Curta esse produto de um dia chuvoso.
Forte abraço
!!כל הכבוד על תכנון טוב, דרישה חיונית לפיראט טוב
ResponderExcluirCaro pirata Compa
Excluirאין ספק. זוהי הדרישה הראשונה להצלחת כל משימה. כך אנו לומדים בבתי הספר הפיראטיים השונים בהם אנו לומדים.
Siga me seguindo.
Forte abraço
Oi Barreira, como você gosta de causos aéreos lhe envio dois capítulos de minha biografia memórias de um velho aviador naval espírita por email já que o texto excede o permitido. Abraços
ResponderExcluirMeu caro pirata Lince Líder de outros tempos.
ExcluirObrigado por tê-lo a bordo deste espaço literário "descompromissado".
Seu e-mail será consultado, sem dúvidas "memórias de um AvN, ( espirita ou não ) são sempre matéria para boas estórias.
Sinto-me honrado com a deferência.
Forte abraço (cuidado com o gancho da mão esquerda)
Titio estava com saudades das aventuras pirateanas. Beijos Nas.N.
ResponderExcluirAbs
Tuca
Meu querido Sobrinho Pirata
ExcluirJá estava sentindo a sua falta...e dos "beijos nas.N.(sempre bom ser contido).
Fiquei feliz com as ultimas notícias ... Parabéns e boa sorte.
Precisamos comemorar.
Forte abraço ...e beijos nas "sereias domesticas campineiras"
Prezado Barreira. Não bastasse a fase maravilhosa que vivemos à época em SPA,a continuidade de encontros na Confraria, agora prejudicada pela pandemia, surge agora essa sensacional novidade, qual seja a de desfrutamos de estórias do nosso pirata alado.
ResponderExcluirCaro "Unknown".
ExcluirEm primeiro lugar obrigado pelo comentário.
A época de SPA é inesquecível para todos nós que lá vivemos. Os encontros na Confraria só nos faz dar continuidade daquela época , como bem ressaltou.
Quanto as hi/estórias deste pirata, só tem como objetivo registrar de forma sadia bons momentos vividos ao lado de profissionais "excepcionais" com quem tive a sorte de conviver nos mais variados cenários.
O tempo , tem o péssimo habito de apagar nossas lembranças , assim sendo me pergunto : por que não registra-las enquanto o tempo não as rouba de mim ?
Isso é que chamo "Pirataria do Bem " (enganar o tempo....kkk).
Obrigado.
Forte abraço (companheiro não identificado)