Amigos da pirataria alada....meu cordial Bom Dia.
Hoje , incorporado como VETERANO , pedi autorização ao Pirata Alado para transcrever aqui, matéria publicada pela respeitável Revista do Clube Naval, em sua ultima edição.
Mais uma vez me permito divulgar publicações de outros espaços literários, com o único intuito de enaltecer a nossa querida Marinha do Brasil. Desta maneira , desfrutem mais uma das aventuras vividas pelos Piratas do Bem que povoam nosso dia a dia.
A Terceira Ponte salva vidas
Vitória sempre foi um dos portos mais visitados pela
Esquadra nos anos 80. A localização geográfica de Vitoria do Espírito Santo ,
assim como Santos no Estado de São Paulo, tanto pela qualidade dos serviços
portuários quanto pela proximidade da Base Naval do Rio de Janeiro, sede da
Esquadra, ofereciam economia logística e facilidade de planejamento para os
diversos exercícios de adestramento e preparo para nossas tripulações
embarcadas. Numa dessas Operações realizadas pela Esquadra, havia o PAD / CIASA
onde um navio era inspecionado em todas as suas atividades visando a sua
prontidão operativa.
A Fragata Independência era ,em 1990 , um dos navios mais modernos construídos no Brasil .
Foi em junho que a Fragata Independência
, cumprindo a FASE III de seu PAD /CIASA aportou em Vitória. A bordo da F44 estava
um Lynx SAH 11 do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque
A/S (HA-1) . Eu era o chefe do DAE (destacamento aéreo embarcado) sendo
acompanhado pelo jovem tenente do Esquadrão, CT
Carneiro, que viria a ser o meu fiel Imediato 8
anos depois, quando assumi o Comando do Esquadrão. Atracamos em Vitória depois
de intensos exercícios. Vitória sempre foi uma adorável cidade . Sua beleza e
culinária típica, além da famosa simpatia capixaba sempre atraiu os marinheiros. Conosco , não
foi diferente. No dia da partida, uma forte frente fria se apossou do céu,
despejando uma tempestade com ventos muito violentos , diminuindo a
visibilidade e tornando o mar um desafio para qualquer “lobo do mar”. A brava Independência deixou a “alcateia” para sua prova definitiva
nessas condições.
Deixamos o canal e botamos a “cara a tapa com balanço” no mar aberto. Os exercícios internos a
bordo começaram intensos. A Independência se
portava como uma verdadeira” Nau Veterana” apesar da pouca idade. Já havíamos
navegado cerca de 50 milhas náuticas, quando um alarme de postos de combate soou
no fonoclama. Rapidamente corri para o passadiço para me inteirar da situação. “Seria
apenas um exercício”, pensei. Não era!
Ao chegar ao passadiço fui informado pelo Comandante sobre a
situação: ”encontramos um barco pesqueiro naufragando. Tudo indica que há dois homens na
água e um se segurando no mastro do barco afundado , vamos realizar o resgate
dos homens com as lanchas do navio . Esteja preparado para transportar para
terra se não tivermos condições de tratá-los a bordo “ .
A faina de resgate foi complicada , o estado do mar
dificultava todas as ações. Depois de muito esforço os três pescadores foram
resgatados e trazidos para a enfermaria do navio. O médico de bordo
providenciou todos os exames necessários e constatou que um deles estava em
condições criticas e diagnosticou que não teria condições de garantir sua sobrevivência
com os recursos a bordo. Pediu a remoção do náufrago que seria acompanhado por
ele até um hospital. O comandante do navio analisou toda a situação e decidiu
pelo translado de helicóptero para o aeroporto de Vitória que teria uma
ambulância aguardando. Seria a decisão mais apropriada , caso SBVT não
estivesse fechado para operações IFR (regras de voo por instrumentos).
A missão me foi passada e ponderei com o comandante : posso até
pousar na “marra” em SBVT , no entanto isso vai gerar um “incidente
aeronáutico” onde talvez eu tenha que perder tempo me explicando. Mesmo que
tudo fique explicado (se não ocorrer nenhum imprevisto ) terei atrasado a
operação do navio . Na minha opinião o desembarque do acidentado pode ser feito
na Escola de Aprendizes , de médico para médico com todo apoio , sem
interferência da burocracia aeronáutica civil , nesses casos .”
“ Imediato, faça contato com a Escola de Aprendizes em Vila
Velha para se prepararem para receber o Lynx com um naufrago em emergência !”
foi a rápida decisão do Comandante.
“não”. Foi a seca, simples, rápida e confiante resposta do
Carneiro.
Cruzei a ponte pelo vão central a 50 pés , com visual das colunas do vão central em baixa velocidade (cerca de 40 nós) e pousamos com toda segurança na Escola de Aprendizes, que nos aguardava com a ambulância pronta. Nosso médico transferiu as informações sobre o paciente para o colega em terra , que na ambulância ligou a sirene e partiram para um hospital.
Missão cumprida... “borracha no ar”.... caminho da roça (por
baixo ponte) .... raios e trovões da tempestade , assim como Netuno , comemorando
o sucesso da missão, ofereceram condições de
pouso a bordo na IDEPENDENCIA bem mais tranquilas
que na decolagem.
De volta ao isolamento do meu camarote a bordo pensei:
“ A Terceira Ponte pode se orgulhar de ter salvado, pelo menos, uma vida “
(meu fiel escudeiro)
Isso é HA-1
Isso é Aviação Naval
Isso é MARINHA !
Mais uma oportunidade para viajar no tempo meu querido amigo Zé pirata. BZ!
ResponderExcluirGrande Paulinho
ExcluirBom saber que estou dando carona nas minhas viagens no tempo.
Nesta Nau Pirata tem espaço pra quem quiser embarcar.
Obrigado
Forte abraço.
Show de bola, Comandante!
ResponderExcluirMais uma vez!
E tenho muito orgulho de fazer parte da foto do bando de PIRATAS DO BEM!
Grande Pirata, escudeiro e principalmente AMIGO PLI.
ExcluirEssa galera toda é inesquecível pra mim.
Para aqueles que não foram publicados (por falta de espaço ou por falta de fotos nos meus arquivos), .... fiquem tranquilos . Em algum momento se tornarão "personagens". Ser "PIRATA DO BEM ".....faz bem pra alma...e quase todos se orgulham ...mas, poucos admitem.
Obrigado.
Forte abraço